O Ministério da Educação anunciou, nesta quarta-feira (31), que mudou de ideia em relação à proposta de aumentar o contato dos estudantes de medicina com os serviços de atenção primária e de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o ministro Aloizio Mercadante, em vez de defender o aumento da duração do curso de graduação para incluir esse estágio, conforme proposta feita no dia 8 de julho, agora, o governo defende a ideia de exigir dos médicos que começarem a residência (ou especialização) a atuação nesses serviços durante pelo menos um ano. A nova proposta ainda precisa ser aprovada no Congresso Nacional.
Entenda a cronologia das propostas de mudança nos cursos de medicina:
1- COMO É HOJE
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GRADUAÇÃO: - Curso de medicina dura seis anos. - Há disciplinas práticas no chamado internato médico. - Com o diploma em mãos, formado faz o registro profissional e já é considerado médico.
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RESIDÊNCIA: - Oferecida na modalidade de pós-graduação - É quando o médico estuda para se tornar um especialista em uma área (por exemplo: cardiologia, neurologia, psiquiatria). - Duração varia de acordo com a especialidade escolhida, mas tem pelo menos dois anos.
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2- A PRIMEIRA PROPOSTA DO GOVERNO
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COMO FOI FEITA: - Anunciada dia 8 de julho. - Feita por meio de medida provisória.
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MUDANÇAS: - Alterar a duração do curso de graduação em medicina de seis para oito anos. - Dois anos extras teriam estágio nos serviços de atenção primária e urgência do SUS. - Supervisão seria feita por um preceptor ligado à instituição de ensino. - Durante o estágio, estudantes teriam um "registro profissional provisório".
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3- REAÇÃO DA CLASSE MÉDICA
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CRÍTICA: - Para diretores das faculdades, oito anos seria um período longo demais para a graduação. - Necessidade não é aumentar o curso, mas ter infraestrutura e currículo adequados, disseram.
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PROTESTOS: - Médicos tomaram as ruas e divulgaram manifestos contra a proposta. - Em 16 de julho, MEC criou comissão com diretores de faculdades para “amadurecer” MP.
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4 - NOVA PROPOSTA DO GOVERNO
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COMO FOI FEITA: - Anunciada em 31 de julho. - Elaborada por grupos de trabalho com especialistas. - Divulgada após aprovação pelas faculdades federais.
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MUDANÇAS: - Retirada da proposta de aumento da graduação. - Fazer com que o 1º ano da residência seja feito na atenção básica e urgência do SUS.
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