A educação a distância cresce em ritmo mais acelerado que o ensino presencial e já é opção para quase metade das pessoas que buscam uma graduação. Uma pesquisa divulgada em 2018 pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) - que representa grande parte das instituições de ensino superior particular do país - mostra que 44% dos entrevistados optariam por essa modalidade, enquanto 56% dizem que preferem o ensino presencial. Nesse ritmo de crescimento, o Brasil terá mais alunos estudando a distância que nas salas de aula tradicionais, em 2023.
Em Pernambuco, a modalidade de ensino é adotado pela maioria das instituições de ensino superior, incluindo a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Entre os cursos de graduação oferecidos a distância pela principal universidade do estado estão bacharelado em ciências contábeis; licenciatura em geografia; licenciatura em letras - língua espanhola; licenciatura em letras - língua portuguesa e licenciatura em matemática.
Já a Universidade de Pernambuco (UPE) oferece cinco cursos: pedagogia; bacharelado em administração pública; licenciatura em letras; licenciatura em ciências biológicas e licenciatura em história. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por sua vez, oferece os cursos de bacharelado em administração pública; bacharelado em sistemas da informação; licenciatura em artes visuais com ênfase em digitais; licenciatura em computação; licenciatura em física; licenciatura em história; licenciatura interdisciplinar em ciências naturais; licenciatura em letras e licenciatura em pedagogia nessa modalidade.
A tendência é ainda maior entre as instituições privadas de ensino que atuam no estado. A Estácio, por exemplo, conta hoje com mais de 200 mil alunos no ensino a distância, dos cerca de 531 mil matriculados, de acordo com números registrados no balanço do terceiro trimestre de 2018. Em Pernambuco são 23 polos de ensino a distância, contando com cidades do interior como Belo Jardim, Caruaru e Garanhuns. "Atualmente, conseguimos oferecer aulas 100% digitais com realização de atividades práticas laboratoriais presenciais. O diploma é o mesmo da graduação presencial, mas o valor da mensalidade é mais acessível", pontua o gestor da campus San Martin do Centro Universitário Estácio Recife, Victor Alves.
Aceitação
O levantamento da ABMES mostrou ainda que, se informados de que os cursos a distância podem ter etapas presenciais, a aceitação aumenta para 93% dos estudantes pesquisados. Para os 7% restantes, ainda há um desconforto em ter a maior parte das aulas pela internet. Outro ponto destacado por esses alunos que não optariam pela EaD é a percepção de que o mercado de trabalho ainda não valoriza adequadamente a qualidade desses cursos.
A pesquisa Um ano do Decreto EAD - O impacto da educação a distância foi feita pela ABMES em conjunto com a empresa de pesquisas educacionais Educa Insights. Ao todo, foram entrevistados 1.012 homens e mulheres de 18 a 50 anos, sendo 256 alunos e 756 potenciais candidatos a educação superior em março deste ano.
O estudo mostrou ainda que aqueles que escolhem a educação presencial exclusivamente são mais jovens - 53% têm até 30 anos -; 76% trabalham; 33% são da classe social A ou B; 64% estudaram em escolas públicas e 36% em particulares. Entre aqueles que preferem a EaD, 67% têm mais de 30 anos, 83% trabalham; 25% são das classes sociais A ou B, 75% estudaram em escolas públicas e 25% em particulares.
Aulas práticas presenciais
Atualmente, um curso EaD pode ter até 30% das aulas presenciais. Quando perguntados se cursariam um curso EaD com as aulas práticas presenciais, a maior parte, 93% disse que sim. Entre os 7% que disseram não, 62% acreditam que a qualidade dessa modalidade não é bem avaliada no mercado de trabalho. Eles apontaram também desconforto em ter a maior parte das aulas pela internet: 62% dos estudantes e potenciais alunos dizem que acreditam que as instituições de ensino EaD não oferecem suporte para tirar dúvida na hora e 37% dizem que têm dificuldade com sistema de aula online.
Dados da Educação a Distância
De acordo com o MEC, a média de idade de alunos de educação a distância é de 31 anos a 40 anos
De 2006 a 2016, as matrículas em cursos universitários na modalidade a distância cresceram 297,3%, atingindo
Estudo da ABMES prevê que, em 2023, serão mais de 2 milhões de matrículas em EAD, o que vai representar 51% dos alunos da educação superior no Brasil
Não há número oficial do tíquete médio, mas a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) estima que a mensalidade de curso a distância é cerca de 20% mais barata
3% das vídeo-aulas dos cursos são assistidas na televisão de casa
56% são vistas no smartphone
Ranking dos cursos em EAD:
1 – administração
2 – pedagogia
3 – gestão em recursos humanos
Curiosidade:
Duas personalidades famosas mundialmente fizeram cursos a distância:
1 – Mahatma Gandhi
2 – Nelson Mandela