Diante dos primeiros sinais de retomada da economia, muita gente quer recuperar o tempo perdido e conquistar uma vaga com um salário melhor no mercado de trabalho. E a aposta tem sido o ensino a distância, principalmente em razão da flexibilidade de horário, já que muitas vezes é preciso conciliar trabalho e estudo.
Nos últimos anos, o curso de administração vem se destacando nos quesitos empregabilidade e interesse de alunos, segundo levantamento “Concluintes do Ensino Superior, Empregabilidade e Estoque”, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) em parceria com a Educa Insights, entre 2010 e 2015. Tendência que ainda se mantém, segundo o diretor acadêmico das Faculdades Promove e Kennedy e reitor do UniSant’Anna, Natanael Átilas Alevas.
“Os cursos são sazonais. A cada dez anos isso muda muito. O que está em alta vai depender da demanda do mercado, do cenário político e econômico. Algumas graduações vão aparecendo e outras se transformando. Hoje, o que vemos é um aumento na procura de cursos de gestão, como administração, e também pelos de educação física, fisioterapia e saúde de uma forma geral. Há procura também por direito e gastronomia. Já a demanda por engenharias, por exemplo, caiu bastante”, diz.
Natanael alerta, porém, que a pessoa precisa saber o próprio perfil para depois escolher o curso com o qual melhor se identifica. “Outro ponto que percebemos em relação à empregabilidade é que o emprego é mais fácil para quem tem curso superior”.
No UniSant’Anna, centro universitário paulista com unidade em BH, o reitor explica que o EAD é semi-presencial – aulas presenciais ao menos duas vezes por semana. A escolha crescente pelo ensino a distância, segundo ele, é que os cursos são 50% mais em conta. Além disso, geralmente os matriculados no EAD são mais velhos e estão em busca de uma segunda graduação.
Números do EAD
Dados do último Censo da Educação Superior, divulgado em 2018, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelam que um em cada cinco estudantes matriculados no ensino superior estuda a distância.
Segundo os dados do censo, as matrículas em EAD cresceram 17,6% de 2016 para 2017. Os estudantes de educação a distância (EAD) chegaram a quase 1,8 milhão em 2017 – o equivalente a 21,2% do total de matrículas em todo o ensino superior.
O número de cursos no país também aumentou, de 2016 para 2017, passando de 1.662 para 2.108, o que representa aumento de 26,8% – maior crescimento desde 2009, quando o país passou dos 647 cursos registrados até 2008 para 844 cursos.