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Do presencial ao online no susto: por que o EaD não pode ser feito sem planejamento, mesmo na pandemia

19/10/2020 | Por: Estadão | 4492
Foto: Reprodução/ ANA

Segundo estudo feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), depois de 76 dias do início da quarentena causada pela pandemia da Covid-19 no Brasil, mais de 80% das instituições de ensino superior particulares do país migraram as atividades presenciais para aulas online. No entanto, mesmo que muitas dessas já tivessem algumas matérias ou até cursos no formato de Ensino a Distância (EaD), essa adaptação foi mais complicada do que parecia, o que pegou muitas instituições, docentes e alunos de surpresa.

Ensino a distância é muito mais que aulas disponibilizadas na internet, sejam elas ao vivo ou gravadas. O conceito de EaD envolve as classes, mas também os demais recursos disponíveis, tais como os materiais didáticos, o acesso imediato a fontes de consulta diversificadas, o ingresso em fóruns de discussão qualificados para tratar de temas específicos e uma característica muito particular: o EaD respeita o tempo e o local do aluno. Ele pode repetir o conteúdo quantas vezes desejar e na hora que escolher, com pausas ou uma busca de conteúdo para a sua reflexão e depois o retorno ao ponto onde parou. Também permite o acesso aos conhecimentos do local de sua preferência, em um polo de EaD, de casa, pelo telefone ou pelo computador.

Fora a personalização de horário, local e números de visualizações das aulas, que podem ser vistas ou revistas quantas vezes necessárias, no online também há a possibilidade de tirar dúvidas fora de um intervalo de tempo fixo. São fóruns, e-mails e outros contatos com o webtutor, que suprem este momento de responder questões e dificuldades, indo além do horário do curso, sendo ainda mais amplo do que seria no presencial, quando normalmente só se tem contato com o professor durante a aula.

Por isso, os professores precisam não só estar preparados para gravarem aulas ou apresentarem ao vivo. É necessário que saibam como se comportar em estúdio e como funciona a comunicação com uma assistência que está longe do alcance da vista. Ele tem que ser muito criativo para despertar o interesse do aluno para que ele deseje saber o que virá logo a seguir e continue a consumir mais conhecimento. Isso porque, nesse tipo de processo, o engajamento ocorre pelo estudante ter consciência que tudo está à sua disposição e ele próprio possui autonomia para o aprendizado. Trata-se de uma relação responsável, da qual o aluno sai muito bem preparado para o autodesenvolvimento profissional.

Quando o curso, escola ou ensino superior, ao se ver obrigado a mudar para o online, simplesmente mantém o mesmo método e formato do presencial, com horário e duração pré-determinados, o cenário se torna desfavorável para o estudante. Justamente por isso que existe uma certificação específica para a entidade ofertar essa modalidade. Uma instituição previamente presencial não pode ser considerada EaD sem essa credencial. Por isso, para encontrar uma boa faculdade vale uma pesquisa de histórico, de tempo de existência/experiência da instituição, referências, parcerias, indicações e, claro, o credenciamento da instituição junto ao MEC e a autorização/reconhecimento do curso pretendido.

Agora, mais do que nunca, podemos dizer que o ensino a distância é o futuro da educação, pois vivemos numa era de comunicação e o EaD chega a lugares onde jamais uma instituição presencial terá o interesse de se instalar. Adicionalmente, ele dá aos alunos a possibilidade de administrarem os seus próprios tempos e momentos de estudo e de interagirem com estudantes de diversas partes do país, além de vários professores numa mesma disciplina. Porém, a transição não será tão instantânea quanto aparenta, e muito menos durante uma pandemia. Todo o sistema de ensino precisa estar ciente do que é necessário ser feito, pronto para atender pessoas de todas as idades, com toda a acessibilidade e para todas as classes sociais, e nada disso ocorre da noite para o dia.


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