O ministro da Educação, Victor Godoy, disse nesta quinta-feira, 5, que será lançada ainda este mês uma política nacional de recuperação das aprendizagens. O Ministério da Educação (MEC) vem sendo criticado pela falta de apoio às redes de ensino para garantir a aprendizagem dos estudantes durante a pandemia.
Na quarentena imposta pela pandemia para reduzir a transmissão da covid-19, escolas em todo o País foram fechadas. Parte dos alunos não teve acesso às classes remotas e houve prejuízo à aprendizagem em várias etapas.
O MEC, à época sob o comando do pastor Milton Ribeiro, vetou um projeto para garantir conectividade nas escolas. Especialistas e gestores afirmam que houve omissão do ministério para resolver a crise educacional.
Segundo Godoy, o cenário exigirá "esforço adicional" para superar os desafios. Ele afirmou que a política terá três frentes: além da recuperação das aprendizagens, o combate à evasão e o incentivo à inovação e tecnologia.
O ministro não detalhou o plano, mas disse se tratar de um "projeto bastante audacioso, para preparar estudantes de hoje para ingressar no ensino superior no futuro". O anúncio foi feito na abertura do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), realizado em Florianópolis.
Sobre o ensino superior privado, o ministro disse que prepara uma revisão nos fluxos regulatórios para o setor, a fim de reduzir "burocracias e prazos".
Godoy também manifestou a intenção de manter a avaliação virtual in loco no ensino superior. Trata-se de um modelo de visita virtual às instituições para aprovação de cursos, iniciado durante a pandemia.
O modelo é elogiado pelas instituições de ensino superior porque acelera os trâmites para liberação de cursos. Já foram feitas mais de 4 mil avaliações de cursos nessa modalidade. Só em abril, 80 mil vagas foram autorizadas para as universidades.
Godoy assumiu a pasta no mês passado. Ele ocupou a chefia do MEC no lugar de Milton Ribeiro, alvo de escândalos de irregularidades na pasta. Em março deste ano, o Estadão revelou a existência de um gabinete paralelo no MEC, com a atuação de pastores que assumiam o controle de verbas da pasta. As denúncias resultaram na demissão de Ribeiro.