O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), sedeada em Brasília, mas representativa de mais de 5.300 unidades educacionais privadas em todo o território, firmaram um acordo de cooperação para desenvolverem ligações didácticas, científicas e culturais, traduzíveis em “vínculos e intercâmbios académicos” efectivos, que vêm reforçar a colaboração entre os dois países no domínio.
A ratificação da parceria surge no momento de um périplo da 4.ª Delegação ABMES Internacional – Portugal Experience pelo nosso País, a qual, durante duas semanas, está a levar uma delegação de decisores e líderes educacionais brasileiros a conhecer a realidade portuguesa.
Nos termos da parceria agora criada, o CCISP e a ABMES posicionam-se como o “guarda-chuva” sob o qual todas as instituições suas associadas poderão realizar actividades colaborativas entre si, no sentido do intercâmbio de professores, pesquisadores, estudantes e gestores, e, igualmente, do desenvolvimento conjunto de projectos e pesquisas.
A organização de cursos, seminários e eventos, a criação de programas de bolsas de estudo, o intercâmbio de bibliografias, materiais didácticos, técnicos e científicos entram igualmente no espectro do protocolo, que quer servir de campo fértil para a elaboração de artigos científicos e outras publicações e troca de conhecimento.
Segundo números recentes, serão cerca oito milhões os estudantes no ensino superior brasileiro, aproximadamente 80% (6,7 milhões) deles matriculados em instituições particulares.
Quando falamos de instituições privadas, estamos falando desde pequenas faculdades filantrópicas do interior até grandes grupos empresariais, inclusive alguns com acções na bolsa de valores, contextualizou Celso Niskier, director presidente da ABMES – entidade que, representando quase 900 mil estudantes, fez reflectir na visita a Portugal essa estrutura de ensino rica e diversificada.
O ensino superior luso, por sua vez, acolherá na actualidade cerca de 20 mil estudantes brasileiros (aproximadamente 40% do contingente estrangeiro) e a tendência é de crescimento, tanto quanto foi possível perceber naquela que foi uma das maiores acções de promoção externa do ensino superior português, liderada pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.
Acordos de parceria como aquele que acabámos de firmar com a ABMES reforçam a importância do Brasil como um mercado estratégico no plano de internacionalização que estamos a empreender, dando continuidade à aproximação entre o subsistema politécnico e o tecido empresarial, de ambos os países, cimentando assim a coesão educativa, económica e social nas regiões envolvidas, sublinhou a propósito Jorge Conde, vice-presidente do CCISP.