O total de matrículas em instituições de educação superior do Ceará cresceu mais que o dobro da média nacional entre 2010 e 2016, indica levantamento realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) em parceria com a empresa de pesquisas educacionais Educa Insights. Enquanto o crescimento médio anual do país foi de 4% no período, o Ceará atingiu a marca de 9,5%.
O mapeamento também mostra que o desempenho cearense é superior à média verificada nos demais estados da região, como Paraíba (7,7%), Maranhão (6,4%), Bahia (4,1%) e Rio Grande do Norte (4%). Os números foram extraídos dos microdados dos Censos da Educação Superior, realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os dados foram apresentados hoje (29) pelo diretor executivo da Associação, Sólon Caldas, durante o ABMES Regional | Decreto 9.235 e os novos instrumentos de avaliação: o que muda na educação superior?, realizado em Fortaleza/CE juntamente com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe/CE).
EAD cresce mais do que a presencial
Ao analisar o comportamento do estado em relação à modalidade de ensino, o estudo constatou que os cursos presenciais ainda são predominantes, com 86% das matrículas em 2016, mas o maior crescimento foi verificado na educação a distância: 18,6% contra 10,9% no período. Essa tendência de expansão da EAD impactou na redução da participação da modalidade presencial no universo das matrículas, já que em 2010 elas eram responsáveis por 91% do total.
Saúde na presencial e negócios na EAD
A área da saúde representa 35% do volume de matrículas dos cursos presenciais do Ceará, seguida por negócios (22%), direito (15%) e engenharias & TI (13%). Já na modalidade a distância a área de negócios se destaca, com 51% das matrículas. Na sequência se destacam as áreas de comunicação (21%), educação (15%) e engenharias & TI (8%).
Outra distinção verificada com relação às modalidades de ensino está no preço médio dos cursos. Enquanto 58% das graduações presenciais custam entre R$ 800 e R$ 1.600, na EAD a maior concentração é na faixa entre R$ 250 e R$ 280.
Perfil do aluno cearense
O levantamento realizado pela ABMES e pela Educa Insights também quis saber quem é o estudante que frequenta as instituições de educação superior do Ceará. Os dados revelam que as mulheres são maioria (59%) nos bancos acadêmicos do Estado. Além disso, 59% dos universitários trabalham, 44% possuem até 25 anos e 58% cursaram o ensino médio em escolas públicas.