Os motivos para a desistência do curso na educação superior particular são diversos e passam por questões pessoais, falta de identificação, dificuldade em conciliar trabalho e estudo, mas nada supera o contexto financeiro. Essa é uma das conclusões do levantamento Financiamento Estudantil – Impacto na educação superior e perfil do estudante beneficiado, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) em parceria com a Educa Insights.
De acordo com o estudo, 36% da evasão na educação superior particular está diretamente relacionada com motivos financeiros, sejam eles o valor da mensalidade, a ausência de financiamento estudantil ou a inexistência de desconto. Em segundo lugar está a falta de identificação com o curso ou com o ambiente (20%), seguido por motivos pessoais (15%), como mudança, saúde ou opção por não prosseguir com a graduação naquele momento.
A relação direta entre o aspecto financeiro e a evasão em cursos de graduação também fica evidenciado quando se analisa outro dado da pesquisa: entre 2015 e 2016, a evasão de alunos beneficiados com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foi três vezes inferior (5%) àquela verificada entre estudantes que não utilizam a política pública de financiamento (15%).
Perfil do aluno
Para além do índice de evasão, o levantamento também mapeou o perfil do estudante beneficiado pelo Fies: mulher (66%), cursou o ensino médio em escola pública (77%), pertencente às classes CDE (75%) e com até 25 anos (44%).
Entre as áreas de formação, os cursos de saúde são os que possuem o maior percentual de matrículas de estudantes beneficiados pelo Fies (33%). Na sequência estão as áreas de agronegócio (31%), engenharias & TI (29%) e direito (28%).
Já entre os cursos, o destaque é para engenharia florestal (44%), odontologia (40%) e engenharia de minas (39%).
A íntegra do estudo está disponível para associados no site da ABMES.