Incrível foi a palavra mais pronunciada nesta terça-feira, 04 de setembro, durante o Weizmann Talks, encontro realizado pela Associação de Amigos do Weizmann no Brasil e a Congregação Israelita Paulista (CIP), que reuniu quatro alunos bolsistas que retornaram recentemente da Escola de Verão do Instituto Weizmann de Ciências.
Emocionados e muito gratificados, Gean de Oliveira da Silva, Maria Vitória Valoto, Carolina Eva Padilha, e Luiza Elias Coutinho, escolhidos pós um intenso processo de seleção aberto a todo Brasil, deram detalhes de como foi a experiência de conhecer Israel e de trabalhar em um dos melhores centros de pesquisa do mundo.
O evento foi aberto pela vice-presidente do grupo de Amigos do Weizmann do Brasil, a cientista Regina P. Markus, que destacou o impacto da Escola de Verão na vida dos jovens “esse é um dos programas mais importantes que existe para alunos que saem do Ensino Médio", e acrescentou, “já existem muitos jovens do Brasil todo que têm como meta ir para o Weizmann”.
“Essa foi a melhor oportunidade que já tive na minha vida. Foi muito impactante trabalhar em um laboratório com mentores e cientistas profissionais, conhecer a cultura local e os pontos turísticos de Israel, além de fazer amigos de todas as partes do mundo”, destacou Gean. Ele contou que sempre teve interesse por ciências, mas na sua cidade (Araponga-PR), não havia muito incentivo à iniciação científica. Graças à mentoria de uma bolsista Weizmann, Kawoana Vianna, teve a orientação para seguir o caminho da ciência. Kawoana, que hoje continua ligada ao grupo como mentora dos bolsistas, promove a ciência entre os jovens do Brasil através do grupo Cientista Beta.
Para Maria Vitória a experiência no Weizmann foi uma das melhores de sua vida. “Foi muito enriquecedor conhecer pesquisadores de diversas áreas, todos buscando soluções para um mundo melhor. Lá me ensinaram que mais importante do que a técnica, o conhecimento era o fundamental, e mais do que o conhecimento, a paixão pela ciência. Aprendi que todo conhecimento gerado é útil, mesmo que o experimento não saia como o esperado. Sobre Israel ela disse: é um país lindo, cheio de cultura e pessoas maravilhosas que têm muito respeito uns pelos outros”.
“O Weizmann é muito lindo e bem equipado, onde encontrei pessoas ativas e engajadas em pesquisa, tanto nossos mentores, como os 70 jovens que estavam participando do Curso de Verão. Nossos dias foram recheados de ciência e aprendizado e foi muito enriquecedor conhecer pontos turísticos de Israel com alto valor histórico e cultural”, frisou Carolina.
“Eu tinha uma imagem muito errada de Israel e ela foi totalmente modificada durante essa vivência. Fiz amigos do mundo inteiro, pessoas altamente receptivas e com as mesmas metas científicas do que eu. Dentro dos laboratórios do Weizmann conheci um Instituto com tecnologia de ponta e uma estrutura impecável. Em Israel o investimento em educação, ciência e tecnologia é feito de uma forma muito certa e leva as pessoas a se desenvolverem”, complementou Luiza.
Também participou do evento a ex-bolsista Caroline Luísa Quiles, que destacou o impacto que o programa teve em sua vida e trajetória profissional. Hoje ela é Biomédica, mestra em Psiquiatria e Ciências do Comportamento pela UFRGS, doutoranda em Fisiologia no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo IB/USP e integrante do laboratório de pesquisa em melatonina DDARK LAB.
Caroline lembrou-se da experiência na Escola de Verão 2012, e da palestra proferida para os estudantes pela Prêmio Nobel Ada Yonath. “Foi a aula de Biologia Molecular mais fácil de minha vida, apesar dos alunos não terem base sobre o assunto, a profundidade e segurança do conhecimento da Profa. Ada tornava a matéria absolutamente clara aos nossos olhos. Naquele dia entendi a importância da transmissão do conhecimento". Caroline começou a colaborar com os outros ex-bolsistas do Weizmann no Ciências Beta, que conheceu no ano passado no Weizmann Talks. “A experiência no Weizmann me trouxe a consciência de que podemos fazer ciência de qualidade, independente de onde a gente venha. Quanto mais dividimos a ciência, maior ela fica, por isso é importante passar o conhecimento adiante e possibilitar que todos tenham acesso a ele”, relatou.
Motivado e satisfeito ao acompanhar o relato dos jovens, Mario Fleck, presidente dos Amigos do Weizmann do Brasil, destacou: “Apesar das catástrofes, temos cérebros brilhantes, e nós, dos Amigos do Weizmann temos orgulho de viabilizar este projeto e concretizar o sonho dos futuros cientistas que retornam ao Brasil como verdadeiros embaixadores de Israel. Esse projeto combina a possibilidade de expor a excelência do Weizmann no campo da ciência, que é onde se movem as fronteiras do conhecimento, e por outro lado permite que esses jovens, assim como diamantes brutos, possam ser polidos e evoluir”.
O International Summer Science Institute aconteceu de 03 a 26 de julho de 2018, período em que o Instituto Weizmann abriu seus mais modernos laboratórios nas áreas de bioquímica, biologia, química, matemática, ciência da computação e física para os futuros cientistas. A programação incluiu três semanas dedicadas à pesquisa científica de laboratório. Na última semana os estudantes se deslocaram para o deserto da Judéia e do Negev, onde acompanhados de experientes guias fizeram extensas caminhadas e experiências de campo, onde vivenciaram “in loco” a vida selvagem do deserto, bem como a ecologia, arqueologia e a história deste ecossistema único e peculiar.
Para saber mais clique aqui.