O programa de financiamento estudantil do governo federal, o Fies, só preencheu 80,3 mil das 310 mil vagas ofertadas em 2018, segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O número é o mais baixo desde 2010.
O principal motivo é o insucesso da modalidade chamada de "P-Fies", lançada este ano e que buscava utilizar recursos privados. Apenas 100 mil das vagas do Fies este ano usavam recursos públicos. Das outras 210 mil do financiamento com recurso privado, só foram efetivados 500 contratos.
O presidente da ABMES, Janguiê Diniz, chamou de "fracasso" o desempenho do programa este ano. Diniz, que também é o sócio fundador do grupo de ensino privado Ser Educacional, afirmou que a ABMES vai levar uma proposta de mudança no Fies para a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro. "Estamos céticos, mas otimistas e esperançosos de que o governo olhe com bons olhos", comentou.
A ABMES defende modificações como o aumento do porcentual financiado. Hoje, o governo financia a partir de 50% da mensalidade, mas o entendimento da entidade é que seria preciso financiar a totalidade do valor do curso para tornar o programa mais atraente. Em contrapartida, diz Diniz, as instituições privadas se comprometeriam a oferecer descontos de 10% a 20% na mensalidade para alunos do Fies.