Além dos estudantes, muitas instituições foram prejudicadas com a mudança de datas do Enem 2020. A possibilidade de novo adiamento da prova deste ano prejudicará o planejamento elaborado. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Sólon Caldas, houve um número reduzido de ingressantes no primeiro semestre de 2021, que é tradicionalmente o mais cheio.
“Muitos alunos deixaram de ingressar com a expectativa de entrar no segundo, aproveitando o resultado do Enem, até porque queriam fazer os processos seletivos do Sisu, Prouni e Fies”, afirmou o representante.
Uma pesquisa realizada pela entidade mostrou que a maioria dos entrevistados (38%) disseram que iniciariam a graduação apenas na metade do ano, enquanto 24% afirmaram que ainda estão incertos e vão aguardar para decidir. O estudo foi feito em janeiro.
“O semestre tem que ter um número mínimo de horas aulas. Então, se o Sisu atrasa, não tem como mais o aluno entrar no número mínimo que ele precisa. A questão da frequência, dependendo do momento que a nota sai, já passou o número máximo de aulas que ele poderia ter perdido”, acrescenta o Armando Sérgio de Aguiar Filho, coordenador Núcleo de Avaliação, Qualidade e Estratégia das Faculdades Kennedy e Promove, em BH.
Sem data
Até o momento, o edital com as datas do Enem ainda não foi publicado pelo governo federal. No início de maio, o Ministério da Educação (MEC) admitiu, em ofício enviado ao Ministério da Economia, que a verba destinada à aplicação do vestibular deste ano é insuficiente para custear a realização para todos os participantes.
Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a aplicação do Enem terá um custo de R$ 794 milhões. No entanto, o órgão afirmou que tem orçamento suficiente para realizar a prova e que está concluindo o processo de planejamento e elaboração do cronograma do exame, o que inclui o atendimento aos requisitos sanitários.