O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) desautorizou ontem o futuro ministro da Saúde, deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), e rejeitou a proposta defendida pelo parlamentar de criar uma espécie de Revalida para médicos formados no Brasil. Para Bolsonaro, o exame de qualificação dos médicos defendido por Mandetta é semelhante ao da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que os bacharéis em Direito precisam se submeter para praticar a advocacia. Na avaliação do presidente eleito, a prova da OAB apenas cria "boys de luxo" para atuar nos escritórios de advocacia.
"Sou contra", disse Bolsonaro sobre a proposta defendida por seu futuro ministro. Mandetta afirmou, em entrevista ao jornal "O Globo" publicada ontem, que os médicos formados no país poderão passar por um exame de qualificação, nos moldes do aplicado a advogados pela OAB, e citou como exemplo uma nova certificação cinco anos depois da formatura.
Ao falar sobre o futuro governo, o presidente eleito afirmou que tem negociado com as bancadas parlamentares e que espera ter a formação dos ministérios até o fim do mês. Questionado se estava ouvindo os partidos para definir os nomes, negou. "Estou conversando com as bancadas. As bancadas que estão indicando os ministros, não os partidos", reforçou Bolsonaro, ao sair de uma cerimônia na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, no Rio.
O presidente eleito afirmou que não há uma cadeira de ministério prioritária a ser definida. "Não tem prioridade", disse. "Estou escolhendo os melhores. Estou escolhendo pessoas independentes, isentas, que sejam honestas e pensam no Brasil, não na agremiação partidária." Bolsonaro foi questionado, ainda, como pretende negociar as votações no Congresso, se com partidos ou bancadas. "As votações não serão para o presidente nem para o parlamento. Serão para o Brasil. Vai da consciência de cada um."