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Sem recursos naturais, Israel aposta em inovação

06/07/2018 | Por: Valor Econômico | 4045

Por Humberto Saccomandi

É quase pensamento dominante hoje em dia que o Estado deve dar dinheiro aos mais pobres. Até o Fundo Monetário Internacional (FMI) elogia programas de transferência de renda. Mas e as empresas? Será que o Estado deve dar dinheiro a empresas promissoras? Por que não ajudar àqueles que vão gerar mais riqueza e empregos? Israel faz isso, com sucesso. Mas é preciso que o modelo seja “100% à prova de corrupção”.

O governo israelense praticamente doará neste ano — a fundo perdido ou em empréstimos que podem não ser pagos — cerca de meio bilhão de dólares para financiar startups, pesquisa e melhorias tecnológicas em empresas locais. Esse dinheiro é gerido por uma entidade pública, não partidária, chamada Autoridade de Inovação de Israel (AII).

O valor é pequeno se comparado aos aportes privados em startups no ano passado no país (que somou US$ 5,2 bilhões) ou mesmo ao gasto total em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Israel é, hoje, o país que mais investe no mundo em P&D, com gasto de 4,3% do PIB (equivalente a mais de US$ 13 bilhões por ano), um pouco à frente da Coreia do Sul e bem à frente dos demais países.

Ecossistema de apoio

Mas essa verba pública ajuda a compor um ecossistema de apoio a startups e à inovação que se tornou referência mundial. É esse ecossistema que está por trás do recente dinamismo da economia israelense, que cresceu 4% em 2016 e 3,3% em 2017.

“Israel está ao menos uma década à frente dos outros países em termos de apoio às startups”, diz Avi Yaron, fundador e CEO da Joy Venture, um fundo de investimento e ele mesmo fundador de startups, como a Visionsense, que desenvolveu um sistema miniaturizado de visão estereoscópica para cirurgias.

A pessoa encarregada de administrar esse financiamento público é Ami Appelbaum, cientista-chefe de Israel e presidente da AII, que é vinculada ao Ministério da Economia. Especialista em semicondutores, ele é doutorado pelo Technion, o Instituto de Tecnologia de Israel.

“O trabalho da AII é definir a política e dirigir a liderança de Israel em inovação globalmente, assessorar o governo sobre a situação da inovação e da tecnologia em Israel e sugerir o que o governo deveria fazer. O outro lado da função é fazer com que essa inovação tecnológica crie uma economia melhor e mais empregos em Israel”, diz Appelbaum, que assumiu o cargo no ano passado.

Como parte dessa função, o AII atua como um investidor anjo ou como um fundo de venture capital. “Nós financiamos pesquisa, startups, pequenas e médias empresas, até empresas grandes, se elas trouxerem tecnologia inovadora, que seja uma boa oportunidade de negócios, o que sempre vem com um grande risco.”

Além de financiar empresas ou ideias promissoras, em geral na área de alta tecnologia, o AII apoia ainda a introdução de tecnologia em setores tradicionais. “Investimos em setores de baixa produtividade para tentar movê-los para cima. Adicionamos equipamento e capacidades digitais, como a internet das coisas, robótica, mineração de dados, inteligência artificial, para melhorar a produtividade.”

Mas qual a diferença então em relação a um fundo venture tradicional? “Fazemos só a parte boa do venture capital, que é fornecer financiamento. Já um fundo venture quer uma participação na empresa. Nós não queremos isso. Você tem uma startup, vem até nós, pede financiamento, nós avaliamos a sua startup, o que é um passo crítico. Pode ser apenas uma ideia, pode já estar encubada, pode ser uma startup na fase A ou B, e nós damos uma ajuda [grant], na maior parte dos casos, ou um empréstimo condicionado, que é pago se a empresa tiver sucesso.”

“Você não consegue isso do setor de venture capital, e é OK, é o modelo de negócios deles. Nem dos bancos. Só do governo. Mas pode ser que você perca o dinheiro”, diz Appelbaum.

100% à prova de corrupção

No Brasil, especialmente nestes tempos pós-Lava-Jato, isso soaria a corrupção e dinheiro fácil para empresas de amigos. Segundo Appelbaum, não é essa a percepção em Israel. Seria no mínimo controverso, visto com desconfiança.

Dar dinheiro a empresas, diz ele, “pode se tornar controverso se você não tem dados, porque então todo mundo especula. Os dados mostram o que fizemos, numa escala macro, nos últimos 30 anos. Para onde foi o dinheiro, e o que Israel obteve com isso. Para cada dólar investido pela AII, Israel ganhou de cinco a oito dólares. Muitos dizem que essa estimativa é conservadora, que pode ser até o dobro disso. Mas a AII não é nada controversa em Israel. Tem uma reputação muito elevada.”

“Se qualquer país quiser colocar dinheiro para financiar startups, financiar inovação, tem de ser 100% à prova de corrupção. Sei de casos de outros países em que tudo o que o governo colocava era para corrupção”, diz.

Appelbaum identifica dois elementos fundamentais para evitar a percepção de corrupção ou de desperdício de dinheiro público. Primeiro, é preciso ter um processo de avaliação muito criterioso. “Temos avaliadores que visitam as empresas e opinam. Eles não têm nenhum interesse naquele negócio. Temos 220 avaliadores, altamente profissionais, capacitados. Eles fornecem os dados, num processo muito claro, transparente, para uma comissão de pesquisa, que inclui representantes do governo, da indústria e da AII. É uma equipe muito profissional que toma a decisão de onde colocar o dinheiro. Tudo está na internet, é aberto.”

O segundo passo é poder provar o retorno do dinheiro investido. “Temos histórias de sucesso por todas as partes em Israel.”

História de sucesso

Uma dessas histórias é a Mobileye, uma startup criada por dois professores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em 1999, e que recebeu dinheiro público. Em setembro do ano passado, a empresa foi vendida para a Intel por US$ 15 bilhões, tornando-se a divisão de automação de veículos da gigante de chips.

Mas porque o Estado deve dar dinheiro a empresas, e não deixar isso com os mecanismos privados já existentes? Appelbaum argumenta que a AII busca não competir com fundos venture ou outras modalidades de financiamento, mas sim atuar onde o capital privado não vai, isto é, no que ele chama de falhas de mercado.

“Falha de mercado é aquele setor onde o investidor privado não coloca dinheiro porque acha que não terá retorno. Por exemplo, quando falamos da dinâmica da economia digital atual, ninguém consegue prever qual será a tecnologia vencedora daqui a cinco ou dez anos. Mas, se você não investir hoje em algo que você não sabe bem o que é, você não terá isso daqui a cinco ou dez anos.”

Ele exemplifica isso justamente com a Mobileye. “Quem falava de carros autônomos 15 anos atrás? Mostre-me um fundo de venture capital que colocou dinheiro em carros autônomos 15 anos atrás. Entretanto, havia uma pequena empresa em Israel, que ainda era parte da Universidade Hebraica, e eles vieram até a AII com uma ideia, que não tinha nada a ver com carros autônomos, mas que era sobre uma tecnologia para auxiliar o motorista. Nós demos o dinheiro, e 15 anos depois essa empresa se tornou a Mobileye.”

“Eu poderia chegar para você e dizer: olhe como fomos espertos, sabíamos que estávamos investindo numa empresa de US$ 15 bilhões. Mas não foi assim. Eu não sou tão esperto, e nem os meus predecessores. Mas nós buscamos falhas de mercado, em termos de que haverá uma infraestrutura que ninguém sabe como será.”

Ele também cita como exemplos de falhas de mercado empresas tradicionais nas quais ninguém quer investir, mas que empregam muita gente, e empresas que já estão funcionando, mas que ainda não têm a escala suficiente, que “ainda não são um unicórnio” — termo que se refere as startups avaliadas em US$ 1 bilhão.

O mercado orienta o governo

Para Appelbaum, outro elemento importante da ajuda pública a startups é que a demanda deve vir das empresas, não é o governo que escolhe onde investir. “Nós não miramos nenhum setor específico. Governos que cuidam de seus cidadãos podem decidir investir em tratamento de água, em agricultura. Mas na AII nós deixamos que os empreendedores digam o que temos de fazer. Nós apoiamos qualquer setor, e esse é um elemento crítico, ficar neutro e deixar o mercado orientar o governo. O governo pode priorizar, e é legítimo que o faça, mas não em P&D. Nesse caso, as empresas devem orientar.”

O terceiro elemento para o sucesso no apoio público a startups, diz ele, é ter uma excelente avaliação e auditoria dos resultados. “Temos mais de 3.000 solicitações todos os anos. É muito difícil para indivíduos ou mesmo para um grupo realizar uma avaliação desse tipo. São empresas de todos os setores. Nós temos especialistas em todos os setores e subcontratamos outros especialistas, conforme a necessidade. Com isso, temos a confiança de ter uma boa avaliação do negócio. Mas claro que cometemos erros. Outro dia encontrei, numa feira, uma empresa que disse que estava lá apesar de não ter recebido dinheiro nosso.”

E como se mede o sucesso desse investimento público? “O sucesso é criar um ecossistema de inovação, que cria muitas startups de tecnologia, que coloca você entre os líderes em tecnologia do mundo, que permite o surgimento de alguns unicórnios, que cria um número de empregos muito bem pagos em Israel e que aumenta a produtividade”, responde Appelbaum.

Uma parte desse sucesso, então, pode ser medido pelo número de empresas listadas em bolsa, o que é um resultado direto do ecossistema de apoio aos negócios. A Bolsa de São Paulo, B3, tem, hoje, 343 empresas. Já Israel, com uma população de pouco mais de 8 milhões, tem 544 empresas de capital aberto listadas na Bolsa de Tel Aviv. Claro que a capitalização de mercado das empresas da Bovespa é muito maior, mas o número de empresas listadas (que aumenta ano a ano em Israel) é um importante indicador de dinamismo da economia.

“Medimos muitas outras coisas. Por exemplo, 43% das exportações de Israel vêm do setor de alta tecnologia, mas isso é produzido por apenas 8,4% da força de trabalho. Isso significa que temos uma produtividade ótima em alta tecnologia. Isso é uma métrica do sucesso. Mas, se você virar a moeda, e os outros 92% da população? Por isso ainda estamos em 21º lugar no ranking de PIB per capita, apesar de ter o maior gasto em pesquisa. Por que não estamos melhor? Porque a produtividade dos outros 92% é baixa. Nosso sucesso será levar mais gente para o setor de alta tecnologia, de maior valor, onde eles receberão um salário maior. Assim vamos crescer como PIB per capita. E para isso precisamos nos manter líderes em inovação”, diz o cientista-chefe de Israel.

"Sucursal" do Vale do Silício

Mas como se mede quem é líder em inovação? Appelbaum ilustra com dois exemplos. “Hoje 380 companhias estrangeiras têm centros de P&D ou de P&D e produção no país. Todas as grandes empresas de tecnologia do Vale do Silício têm um centro de pesquisa em Israel. Isso é impressionante, e é uma prova de sucesso.”

Outro exemplo é o setor automobilístico, diz ele. “Por causa do carro autônomo, há 450 empresas do setor automotivo em Israel, apesar de não haver nenhuma fábrica de carros no país. Todas as grandes montadoras têm centros de pesquisa em Israel. A primeira foi a GM, dez anos atrás. Por que elas vêm? Para pesquisar tudo relativo ao carro autônomo, de sistemas a comunicação e, acima de tudo, cibersegurança.”

A cidade de Berseba, à margem do deserto do Negev, tornou-se nos últimos anos o principal cluster de pesquisa em cibersegurança do mundo.

Isso levanta um outro aspecto do sucesso de Israel em fomentar startups, que é o apoio à pesquisa com finalidade militar. Parte dessas empresas surgem ou crescem financiadas pelo gasto militar israelense, que também é um dos maiores do mundo. Mas a inovação como subproduto do gasto militar não é exclusividade de Israel, e o país se destaca também em áreas que não são diretamente ligadas a defesa, como a pesquisa em medicina.

Cérebro é commodity

E porque Israel se tornou um centro da indústria automotiva sem produzir um único carro, pergunta o próprio Appelbaum, que responde: “Por que a economia está se mudando do mundo físico para o mundo digital. Se você olhar para as dez maiores empresas do [índice] S&P 500, sete ou oito delas são do mundo virtual. Veja a Apple, por exemplo. Ela não produz os aparelhos. Ela subcontrata isso. Nesses produtos, você não paga pelo hardware, mas sim pelos aplicativos. É aí que está Israel.”

Isso é quase uma necessidade para um país pequeno e quase sem recursos naturais. “Para a economia digital, você não precisa de matérias-primas, não precisa de mineração, de gás, de petróleo. Todas as maiores empresas de hoje não têm isso. Achamos um pouco de gás agora, e isso é bom, mas vivemos cada vez mais de cérebro em Israel.”

O fato de ser um mercado pequeno forjou uma característica que ajuda as startups israelenses, segundo Appelbaum. “Mesmo que você desenvolva um produto que seja vendido a todos os 8 milhões de israelenses, você nunca será um unicórnio. Então desde o dia 1 nós perguntamos às empresas: qual é a sua estratégia global? Todas as startups de Israel têm, desde o primeiro dia, uma estratégia global. E não é apenas pensar no mercado global, mas em colaboração global. O Brasil tem uma característica diferente. Sendo tão grande, com um grande mercado, as empresas raramente começam pensando numa estratégia global.”

Homem x Máquina

Como cientista-chefe, ele é um promotor da inovação. E não acredita nas previsões de que o avanço tecnológico causará problemas sociais ao deixar milhões de pessoas sem emprego ou subempregadas. Desde, porém, que os governos criem mecanismos de treinamento profissional para as pessoas que terão os empregos afetados.

“Rejeito essa visão pessimista categoricamente. Na época da Revolução Industrial também havia essa percepção. Eu argumento que serão criados novos empregos. Nos anos 40 ou 50, se você quisesse ligar de São Paulo para o Rio de Janeiro precisaria chamar a telefonista. Todos nós já vimos imagens daquelas imensas salas, cheias de telefonistas. Isso desapareceu. O que aquelas pessoas fizeram? Não houve desemprego em massa. Claro, as pessoas terão de ter uma formação melhor, uma educação melhor. Mas isso já aconteceu antes. Antigamente o agricultor puxava um arado com um animal. Hoje ele está sentado num trator. Mais para a frente ele terá de aprender a operar o trator remotamente. As sociedades precisam pensar em prover treinamento profissional para a população, para permitir uma transição mais suave. Se isso não for feito em sincronia, então teremos problemas sociais.”

Ao contrário, Appelbaum destaca as possibilidades criadas pelas novas tecnologias. “Hoje você pode prover às crianças no mais remoto canto da Amazônia uma educação tão boa quanto a de São Paulo usando a internet, prover bom tratamento médico. As sociedades e os governo precisam tirar vantagem disso para reduzir as barreiras sociais, e não permitir uma visão de que há um pessoal de high-tech e o resto. Isso seria um desastre completo. Com a revolução digital, temos as ferramentas para reduzir as diferenças sociais.”

O jornalista viajou a convite do American Jewish Committee.


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