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Abertura de faculdades no interior de Minas Gerais gera empregos

06/05/2018 | Por: O Tempo | 3481
Famart

Aos 55 anos, Maria Aparecida da Silva entrou em uma faculdade no começo deste ano, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Na mesma época, Vitor Maia Gontijo, 22, ingressou em uma instituição em Itaúna, na região Central. Esse é o primeiro contato deles com o universo acadêmico, mas, em vez dos estudos, a oportunidade está vindo do trabalho. Ela é auxiliar de limpeza, e ele, bibliotecário. Os dois estabelecimentos de ensino foram inaugurados em 2016. No mesmo ano, outras nove foram abertas em Minas Gerais. Das 11 cidades que receberam uma nova faculdade, quatro estão entre as dez que mais geraram empregos com carteira assinada entre todos os 853 municípios mineiros.

Um cruzamento de dados do Ministério da Educação (MEC) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revela ainda que, dessas 11 cidades que receberam uma instituição de ensino superior no Estado recentemente, sete registraram um saldo positivo de contratações e demissões. Essa relação entre a chegada de um centro educacional e o crescimento econômico comprova que o papel de uma faculdade vai muito além do diploma.

“A faculdade mudou a minha vida. Antes eu era diarista, agora tenho estabilidade. Todo dia aprendo alguma coisa”, conta Maria. Ela conseguiu um emprego de carteira assinada com a inauguração da Passo 1. O campus fica em Uberlândia, primeira cidade no ranking mineiro do saldo de empregos do Caged do ano passado.

“Eu morava em Crucilândia, e lá estava muito difícil arrumar emprego. Sabíamos que Itaúna era maior e, com a faculdade, tinha mais possibilidade para estudo e trabalho, então me mudei com a família. Consegui emprego como bibliotecário na Famart, e só esse contato já me fez ter vontade de fazer curso superior”, conta Maia. A instituição fica em Itaúna, quarto lugar no ranking do Caged.

Junto com os cursos superiores, instituições como essas – principalmente em cidades pequenas e médias – levam mais emprego, aumentam a renda e criam mais demanda para comércio e serviços. 

Segundo estudos da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), uma cidade com uma faculdade pode ter o Produto Interno Bruto (PIB), em média, até seis vezes maior do que localidades que não possuem nenhuma instituição. O levantamento de 2014 considerou municípios de até 50 mil habitantes com unidades privadas de até 3.000 alunos. No entanto, na avaliação do diretor executivo da Abmes, Sólon Caldas, a proporção ainda é atual.

“Os números absolutos podem ter mudado, mas, certamente, essa proporção se mantém, pois a presença de uma instituição de ensino superior promove a qualificação da mão de obra, o que aumenta a média salarial e, consequentemente, eleva a renda per capita. A melhoria não vem só para quem estuda, pois a qualidade de vida cresce de maneira geral. Tudo isso faz o PIB ter aumento expressivo”, ressalta Caldas.

Muito mais do que recursos financeiros
Pela teoria econômica, o desenvolvimento depende de muito mais coisas do que apenas recursos financeiros. “O crescimento depende da oferta de boa infraestrutura, de bom ambiente de negócios e de capital humano. A relação entre a presença de uma faculdade com um PIB maior vai ao encontro dessa teoria. A região vai atrair novos investimentos, pois uma empresa sempre vai preferir se instalar onde há mão de obra capacitada. Essas novas indústrias vão gerar mais empregos”, afirma o professor de economia da IBS/Fundação Getúlio Vargas (FGV) Flávio Correia.

“Não dá para entender por que o governo continua investindo mais em políticas de subsídios, como desoneração da folha ou concessão de empréstimos via BNDES para instituições como a JBS, por exemplo, e não investe mais em educação, que geraria muito mais desenvolvimento”, questiona Correia.

Espera por mais cursos já estimula construção
Desde que a Favenorte abriu uma unidade em Porteirinha, no Norte de Minas, em 2016, a cidade de 40 mil habitantes já tem registrado aquecimento. Por enquanto, são 40 vagas para design de interiores e 40 para processos gerenciais. Mas a faculdade está em processo de certificação no MEC para abrir medicina veterinária, psicologia e fisioterapia, com 80 vagas cada. Hoje, a faculdade gera 20 empregos, e esse número deve dobrar com a expansão.

“Já vemos mais gente morando na cidade, o que aumenta o consumo. Só com a expectativa de aprovar os novos cursos, os terrenos no bairro estão valorizando. Tem lote que subiu de R$ 50 mil para R$ 80 mil. Muita gente já pensa em construir para alugar para os alunos”, conta a coordenadora da Favenorte, Maria Dolores Pereira de Araújo.

Essa é a aposta de Dilermando Santana, que já está construindo em cima de seu depósito de material de construção, em frente ao campus. “Estou fazendo três apartamentos e preparando a estrutura para quitinetes. Só ao redor, com todos que estão fazendo o mesmo, calculo uns 15 apartamentos”, diz.


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O evento contou com a presença de representantes do MEC, FNDE e Caixa Econômica Federal.

 

Legislação

PORTARIA MEC Nº 523, DE 01 DE JUNHO DE 2018

 Dispõe sobre as Instituições de Ensino Superior que ofertem cursos de Medicina autorizados no âmbito dos editais de chamamento público em tramitação ou concluídos, segundo o rito estabelecido no art. 3º da Lei nº 12.871, de 2013, ou ofertem cursos de Medicina pactuados no âmbito da política de expansão das universidades federais, poderão protocolizar pedidos de aumento de vagas destes cursos, uma única vez, por meio de ofício formal à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, que serão analisados de acordo com as regras estabelecidas nesta Portaria.


PORTARIA FNDE Nº 265, DE 30 DE ABRIL DE 2018

Dispõe sobre o prazo para realização de aditamentos de renovação dos contratos de financiamento concedidos com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil - Fies.


PORTARIA MEC Nº 209, DE 07 DE MARÇO DE 2018

Dispõe sobre o Fundo de Financiamento Estudantil - Fies, a partir do primeiro semestre de 2018.


EDITAL SESU/MEC Nº 11, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2018

Tornou público o cronograma e demais procedimentos relativos ao processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil - Fies e do Programa de Financiamento Estudantil - P-Fies referente ao primeiro semestre de 2018.


EDITAL SESU/MEC Nº 8, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2018

Torna público o cronograma e demais procedimentos relativos ao processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil - Fies e do Programa de Financiamento Estudantil - P-Fies 


PORTARIA NORMATIVA Nº 25, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2017

Dispõe sobre o processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil – Fies e do Programa de Financiamento Estudantil - P-Fies referente ao primeiro semestre de 2018.


LEI Nº 13.530, DE 07 DE DEZEMBRO DE 2017

Altera a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, a Lei Complementar nº 129, de 8 de janeiro de 2009, a Medida Provisória nº 2.156-5, de 24 de agosto de 2001, a Medida Provisória nº 2.157-5, de 24 de agosto de 2001, a Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, entre outras.


PORTARIA INEP Nº 144, DE 24 DE MAIO DE 2012

Dispõe sobre certificação de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência com base no Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM.


LEI N° 10.260, DE 12 DE JULHO DE 2001

Dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior e dá outras providências.


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Educação Superior Comentada | A nova face do Fies

Ano 5 - Nº 27 - 23 de agosto de 2017

Na edição desta semana, o consultor jurídico da ABMES, Gustavo Fagundes, faz uma avaliação das modificações ocorridas na nova regulamentação do Fies e que impactarão diretamente as instituições de ensino. Entre os destaques, ele menciona o crescimento de encargos tanto para as IES quanto para os estudantes

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