Atenta às últimas alterações realizadas no Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação nas modalidades presencial e a distância, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) promoveu no dia 8 de junho, em Brasília, seminário que contou com a participação de Cláudia Maffini Griboski, diretora de Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) e de representantes das Instituições de Ensino Superior (IES) particulares que fizeram uma análise crítica das alterações.
Durante o evento, Griboski versou sobre a importância de revisar e aprimorar constantemente o Instrumento de Avaliação para melhorar a qualidade da educação superior e possibilitar a expansão de sua oferta, com destaque para a inclusão social. Ela também reconheceu a necessidade da capacitação rotineira dos avaliadores para atender qualitativamente a demanda de 32.049 cursos em todo o país.
A especialista ressaltou que tais mudanças no Instrumento surgiram da necessidade de revisão de alguns indicadores com base em avaliações já realizadas; relatos dos avaliadores e demandas de diversas áreas de conhecimento; atualização temática e a aproximação da avaliação institucional interna e externa com a avaliação de cursos.
Destaque entre as alterações, os cursos presenciais passaram a ser avaliados em três dimensões com pesos diferentes: Organização didático–pedagógica (30%); Perfil do corpo docente (30%) e instalações físicas (40%). Já no processo de reconhecimento e renovação de reconhecimento terá peso maior a Organização didático-pedagógica (40%). A soma dessas dimensões resultará no Conceito de Curso (CC).
“Na Educação a Distância, a dinâmica difere um pouco, pois será avaliada em primeiro lugar a sede do curso e depois cada polo separadamente, nas mesmas dimensões dos cursos presenciais”, acrescenta Griboski.

A relação teoria e prática também foi reformulada no novo Instrumento, sobretudo para os cursos de licenciatura que passaram a ser integrados com a rede de educação básica. Cláudia Griboski disse que o objetivo dessa alteração foi reverter o processo de prática de estágio, onde muitos alunos lecionam para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e só depois de diplomados trabalham na educação infantil.
Além da especialista do Inep, participaram do encontro, mediado pelo presidente da Associação, Gabriel Mario Rodrigues, o consultor jurídico da ABMES, Gustavo Fagundes e o diretor do Centro de Ensino Superior de Catalão (Cesuc), Paulo Antonio Lima. Na sede da ABMES, cerca de 150 representantes do segmento particular de educação acompanharam a explanação dos especialistas, expuseram suas dúvidas e comentários acerca das alterações no Instrumento.
Análise Crítica do Instrumento de Avaliação
O consultor jurídico da ABMES, Gustavo Fagundes, destacou em sua fala que o Instrumento de Avaliação ainda precisa ser aprimorado, mas que “a uniformização do documento já foi um grande passo para que as instituições se preparem para a avaliação”.
Fagundes também chamou a atenção para a necessidade das IES conhecerem “no detalhe” as exigências do instrumento para a elaboração do Projeto Pedagógico do Curso. “Ninguém é obrigado a 'tratar', mas se 'tratar' tem que cumprir”, ressaltou.
Para o diretor do Centro de Ensino Superior de Catalão (Cesuc), Paulo Lima, o sistema de avaliação do Inep já melhorou consideravelmente, no entanto ainda precisa de ajustes para não prejudicar, sobretudo, as pequenas instituições de ensino, que representam 84% das IES brasileiras e ainda exercem o papel de levar a educação superior para o interior dos estados. “Na hora de formular um Instrumento de Avaliação, é preciso evoluir e olhar para as IES que não estão locadas nos grandes centros e não conseguem ter as facilidades que uma instituição da cidade grande tem para cumprir as exigências de um instrumento”, disse.
Acessibilidade e adequação das IES
O conceito de acessibilidade tem ganhado cada vez mais espaço na questão de avaliação e deve ser implementada em todo o contexto arquitetônico, pedagógico e atitudinal. “Temos que estar preparados para receber qualquer pessoa que nos procure. Temos que promover a inclusão intelectual, independente da situação física do aluno”, considerou o consultor jurídico da ABMES.
De acordo com a diretora de avaliação do Inep, o aumento no número de matrículas evidencia que a população que necessita de atendimento especial está chegando à educação superior e movimentando a prática acadêmica na universidade. Ela destacou que “é preciso preparar a instituição para receber e incluir, com eficácia, o aluno que precisa de um aprendizado especial e, assim, desenvolver uma educação heterogênea”.
Retificação no indicador 3.6
O Novo Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação já sofreu retificações pelo Inep. Na segunda-feira, durante o seminário na sede da ABMES, Cláudia Griboski anunciou que o indicador 3.6, que refere-se à bibliografia básica das instituições, foi alterado pela Nota Técnica nº 023, voltando para a redação dos critérios de análise adotados no Instrumento de maio de 2012.
Fique por dentro
Todos os meses a ABMES realiza seminários para garantir que seu corpo de associados se mantenha informado dos principais temas e oportunidades do ensino superior. As vagas são limitadas e preenchidas rapidamente.
O próximo encontro está marcado para o dia 7 de julho e terá enfoque nas novas regras operacionais do Fies. Antecipe-se e garanta sua vaga. O evento é gratuito para associados.
