Detalhe

Enem 2017: esquema para análise das redações terá 9 mil corretores

23/10/2017 | Por: G1 | 3075
Arquivo/Marcelo Brandt/G1

ma enorme operação logística foi montada pelo governo federal para garantir que não haja sobressaltos entre 5 de novembro, quando os 6,1 milhões de candidatos da edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fizerem a prova de redação, e 19 de janeiro de 2018, quando está programada a divulgação das notas do exame.

Isso porque cada redação terá que ser corrigida por pelo menos duas pessoas – três, caso haja discreprância entre as duas primeiras notas, e mais uma banca presencial com outros três professores, se a discrepância das notas persistir.

Neste ano, a tarefa de correção compete a um consórcio com três empresas: Cesgranrio, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Vunesp.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que na quinta-feira (19) realizou uma simulação de segurança para testar a logística do processo, explicou o passo a passo de como cada prova de redação vai sair das mãos dos candidatos, chegar até as mãos dos corretores, voltar corrigida ao Inep e depois ser divulgada ao público, tudo isso em um período previsto de 75 dias:

1- Coleta, transporte e entrega das provas

Número de pessoas envolvidas: 19 mil funcionários dos Correios

Como funciona: Depois do fim das provas, os fiscais e coordenadores dos locais de provas guardam o cartão de resposta e a folha de redação de cada candidato de volta aos 
malotes, e os Correios se encarregam de fazer o transporte até o Rio de Janeiro. É a primeira fase do que o Inep chama de "operação reversa", ou seja, o caminho de volta das provas preenchidas pelos candidatos até o governo federal.

2- Separação e digitalização das provas

Número de pessoas envolvidas: 700 funcionários do consórcio

Como funciona: No Rio de Janeiro, os malotes serão entregues para o consórcio. Segundo o Inep informou ao G1, a entrega ocorrerá em dois galpões, um da Cesgranrio e um da 
FGV. A partir daí, a segunda etapa é a separação e digitalização das provas. Para isso, a Cesgranrio vai contar com 500 funcionários, e a FGV, 200.

A digitalização das provas objetivas é feita com um "sistema de reconhecimento", que, segundo o Inep, extrai os dados das respostas das questões de múltipla escolha. Uma base de dados com as respostas dos candidatos é criada a partir desta extração e, depois, a correção é feita aplicando a metodologia da Teoria da Resposta ao Item. O Inep afirma que esse processo é feito duas vezes, uma pela Cesgranrio e outra pela própria autarquia do MEC, para conferência das respostas.

Já a digitalização das folhas de redação inclui um procedimento no qual cada prova é "descaracterizada", para que o corretor não consiga identificar a autoria do texto.

3- Correção das provas de redação

Número de pessoas envolvidas: 9 mil corretores coordenados pela Vunesp

Como funciona: Depois de digitalizar as provas de redação, a Cesgranrio e a FGV enviam as cópias digitais de cada prova à Fundação Vunesp, sediada em São Paulo, que tem a responsabilidade de realizar a correção. Para isso, 9 mil corretores serão mobilizados.
Cada prova será avaliada por, pelo menos, dois avaliadores, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. Esses dois professores avaliam o desempenho 
do participante de acordo com as cinco competências. Cada avaliador atribuirá uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências, e a soma desses pontos comporá a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1.000 pontos. A nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.

Caso a nota final de cada avaliador tenha discrepância de mais de 100 pontos, ou caso a nota de cada avaliador em uma das competências tenha discrepância de mais de 80 pontos, a redação passará por um terceiro avaliador. Se a discrepância persistir, uma banca presencial com três professores avaliará a redação mais uma vez, para definir a nota final do candidato.

4- Processamento dos resultados

Depois de corrigidas, o consórcio devolve as notas das duas provas (objetivas e de redação) ao Inep, que fica incumbido de processar os resultados e gerar o Boletim de Desempenho. De acordo com o governo federal, a divulgação do boletim deve acontecer em 19 de janeiro de 2018.


Conteúdo Relacionado

Notícias

Inep adianta em um dia data de divulgação das notas do Enem

Na edição do ano passado, o Enem teve um total de 7,6 milhões de inscritos que fariam as provas pela primeira vez em dois domingos, 5 e 12 de novembro

Faculdades privadas aceitam nota do Enem abaixo da média exigida por Fies e Prouni para matricular novos alunos

G1: O diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, aponta as novas regras do Fies como um fator motivador para essas condições de entrada no ensino superior

Prazo para inscrição no Enem termina nesta sexta-feira

As inscrições poderão ser feitas até as 23h59, no horário de Brasília, desta sexta-feira (19), no site do Enem