Detalhe

Principal aposta para alavancar Fies só teve 800 vagas preenchidas em 2018

08/06/2018 | Por: Estadão | 3423
Foto: Alvinho Moraes/CBESP

Principal aposta do governo federal para alavancar o programa de Financiamento Estudantil (Fies), a modalidade de financiamento pelos bancos só teve 800 vagas preenchidas neste ano. Das 310 mil vagas anunciadas pelo Ministério da Educação para 2018, 210 mil são por essa forma - as outras 100 mil são financiadas pelo governo.

O balanço de 800 contratos efetuados foi feito há duas semanas pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES). Novos contratos ainda podem ser efetuados já que o processo vai até o dia 25 de junho e, em julho, será aberta a contratação para o segundo semestre. Segundo o MEC, o P-Fies ofertou no primeiro semestre 75 mil vagas e o Fies, 80 mil.

"O P-Fies funciona como um financiamento qualquer, o que nós precisamos para colocar mais pessoas no ensino superior é de um financiamento social", disse Jaguiê Diniz, diretor presidente da ABMES, durante o Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP) nesta sexta-feira.

O P-Fies tem recursos que advêm dos Fundos de Desenvolvimento Regional e do BNDES, que podem coexistir com outros agentes financeiros. Assim, bancos privados e públicos podem conceder empréstimos aos estudantes com renda familiar per capita de até 5 salários mínimos.

Nessa modalidade, os porcentuais de juros a serem pagos pelos alunos são regulados pelo próprio mercado, ou seja, pelos bancos. Diferentemente do Fies bancado pelo governo, que tem juros zero e correção apenas pela inflação (para quem tem renda de até 3 salários mínimos e mora no Norte, Nordeste e Centro-Oeste) ou 3% (para todos as outras regiões).

Em julho do ano passado, quando foram anunciadas as novas regras do Fies, o governo federal apostou na oferta das vagas pelos bancos privados para, assim, só assumir o risco de inadimplência de um terço dos contratos. À época, o então ministro da Educação Mendonça Filho disse que as novas regras possibilitariam uma governança "austera e sólida".

Para Sólon Caldas, diretor executivo da ABMES, é preciso melhor comunicação para os bancos e estudantes sobre como funciona essa modalidade para garantir mais adesão. "Temos um contingente muito grande que não consegue pagar a mensalidade, mas também não consegue o financiamento."

Rafael Baddini, diretor da Pravaler, uma das principais instituições privadas que passaram a ofertar o P-Fies, o primeiro semestre foi de "aprendizado" para o setor que ainda não conhecia o modelo e o comportamento do mercado. "O programa saiu do chão, então, é natural que não comece com a sua potencialidade máxima. Nossa expectativa é boa para o segundo semestre", diz. Ele estima que a empresa pode chegar a ter entre 30 mil a 50 mil contratos por ano.

Baixa adesão
Mesmo na faixa 1 do Fies, com o financiamento assumido pelo governo, o preenchimento das vagas também foi baixo no primeiro semestre deste ano. Das 100 mil vagas disponíveis na modalidade 1 do Fies em 2018, foram contratadas 36.866 e há em contratação 16.351. Com isso, cerca de R$ 9 bilhões dos R$ 19 bilhões disponíveis neste ano foram comprometidos.

Em nota, o MEC diz que fez uma avaliação conjunta entre instituições de ensino, financeiras e alunos e identificou aspectos do Fies 1 que precisavam de melhorias. As alterações foram apresentadas nessa semana.

Sobre o P-Fies, o ministério disse que seu papel é o de "verificar se as normas estão sendo cumpridas", como a pontuação exigida no Enem e o limite de renda familiar per capita de até 5 salários mínimos. Mas informou que segue em contato com os bancos para "atraí-los para o novo programa, aumentando a concorrência e melhorando a atratividade."

"O novo Fies é um modelo de financiamento estudantil moderno, que divide o programa em diferentes modalidades, possibilitando juros zero a quem mais precisa e uma escala de financiamentos que varia conforme a renda familiar do candidato", diz a nota.


Conteúdo Relacionado

Vídeos

XI CBESP | Confira o encerramento do maior evento da educação superior brasileira

O último dia da 11ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP) contou com a participação de representantes do Ministério da Educação e conselheiros do CNE. Confira os melhores momentos!

XI CBESP | Conheça os patrocinadores do evento

Confira quem são os parceiros que apoiaram a 11ª edição do maior congresso da educação superior brasileira, o CBESP 2018. Alguns deles acompanham a iniciativa desde sua primeira edição!

XI CBESP | Destaques do segundo dia do evento na Ilha de Comandatuba/BA

O segundo dia da 11ª edição do maior evento da educação superior do Brasil, o CBESP 2018, foi de muito aprendizado, troca de experiências e networking. Confira os principais destaques neste vídeo!

XI CBESP | Confira como foi o primeiro dia do evento

Na quinta-feira (6/6) teve início o maior congresso da educação superior brasileira. O evento foi aberto pelo diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, e a conferência de abertura contou com a presença de William Douglas, professor e juiz federal brasileiro. Confira como foi.

XI CBESP | Inclusão, inovação e educação darão o tom dos debates do congresso

Confira o tema da 11ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP) e a importância dos debates que serão realizados no maior evento da educação superior do país

XI CBESP | Principal congresso de educação superior do Brasil desembarca na Bahia

O Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP) já é reconhecido como o maior evento do setor no país, especialmente em razão do conteúdo das palestras apresentadas e da presença de especialistas renomados, além das principais lideranças do setor e de autoridades governamentais e políticas. Na 11ª edição, a programação terá um diferencial com dois temas de grande relevância para as IES. Confira:

Notícias

Cursos de engenharia terão novas diretrizes curriculares em julho

As diretrizes serão válidas para todos os cursos de engenharia. Elas servem de parâmetro para os currículos de cada uma das instituições de ensino

Principal aposta para alavancar Fies só teve 800 vagas preenchidas em 2018

UOL: Portal repercute matéria do Estadão afirmando que 210 mil das 300 mil vagas serão oferecidas por meio de financiamentos realizados por bancos, enquanto 100 mil terão financiamento direto do governo. Novos contratos podem ser efetuados até 25 de junho

Governo efetivou apenas 24% das vagas do Fies anunciadas por Temer

Valor Econômico: O jornal repercute entrevista do diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, para a Folha de S. Paulo, sobre a baixa adesão ao P-Fies

Os riscos do Fies

O Dia - IG: Grande número de endividados mostra que financiamento estudantil exige cuidado

"Fies privado", P-Fies teria fechado só 800 dos 210 mil contratos de 2018

Correio Braziliense: Já o Fies 1, financiado diretamente pelo governo, preencheu 35 mil das 100 mil vagas de 2018

Fies preenche 35 mil vagas financiadas pela União

Isto É: A modalidade contratada junto a bancos privados, chamada P-Fies, cuja previsão é a oferta de 210 mil vagas neste ano, preencheu, até o momento, apenas 800, de acordo com o diretor da ABMES, Sólon Caldas.

Financiamento estudantil como chave para expansão do ensino superior

Correio Braziliense: É assim que representantes de faculdades particulares que participam de congresso na Bahia enxergam o programa

Secretário do MEC espera 100 mil vagas do Fies juro zero preenchidas

Valor Econômico: Paulo Barone, secretário da área de educação superior do MEC, afirmou, durante o XI CBESP, que sua expectativa é terminar o ano com as 100 mil vagas de Fies preenchidas com as reformulações anunciadas em junho de 2018

Participação de graduação híbrida deve subir para 21%

Valor Econômico: Reportagem produzida durante o XI CBESP, fala sobre projeções apresentadas no congresso de que daqui a cinco anos, a fatia de alunos matriculados nos chamados cursos híbridos aumentará dos atuais 4% para 21% no mercado particular de educação superior

Mudanças no Fies não terão impacto relevante para o setor, diz associação

Valor Econômico: Matéria aborda as novas regras do Fies 2/2018, anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC) em 6 de junho de 2018, que, segundo o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, não devem trazer impactos relevantes

Governo efetivou apenas 24% das vagas do Fies anunciadas por Temer

Folha de S. Paulo: Em entrevista ao jornal, o diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, avalia a baixa adesão ao P-Fies

Fies preenche 35 mil vagas financiadas pela União

Agência Brasil: Em entrevista à Agência Brasil, o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, fala sobre a baixa adesão ao P-Fies

Congresso do ensino superior particular tem 450 participantes

Correio Braziliense: Na sessão de abertura, Janguiê Diniz, diretor presidente da ABMES, elogiou a decisão do ministro da Educação, Rossieli Soares, de ampliar de R$ 30 mil para R$ 42 mil o teto semestral do Fies, restabelecendo o valor que valia até o segundo semestre de 2016