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Não sairemos da pandemia da mesma forma que entramos, diz diretor da ABMES

10/08/2021 | Por: Correio Braziliense | 2207
Foto: Reprodução/ Correio Braziliense

O levantamento “Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021 – 4ª edição” foi realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) em parceria com a Educa Insights entre 28 de julho e 4 de agosto, via internet. Foram consultados 668 homens e mulheres matriculados em cursos presenciais de instituições particulares de ensino superior em todas as regiões brasileiras.

Apesar do contexto pandêmico e econômico atual do Brasil, 55% dos entrevistados preferem o retorno parcial das aulas (modelo híbrido, alguns dias no presencial, outros on-line). Em coletiva realizada nesta terça-feira (10/8), o diretor presidente da ABMES, Celso Niskier ressaltou a importância do ensino superior junto à tecnologia.

“A tendência para o primeiro semestre do ano que vem é combinar o melhor da tecnologia com o ensino presencial”, disse Celso. Para ele, a sociedade está assistindo ao nascimento de um modelo mais flexível de educação, mediado pelas plataformas digitais. Porém, a médio e longo prazo é preciso adotar novas políticas públicas para que o aluno tenha condições de seguir os estudos. “A retomada ficará muito ligada à necessidade de um financiamento educativo”, ressaltou.

Ao longo de 2020, foram realizadas cinco pesquisas, entre fevereiro e agosto, com objetivo de consultar 4.490 alunos de graduação matriculados em cursos presenciais ou à distância de instituições particulares. O perfil é do aluno que está há pelo menos 6 meses na graduação, e potenciais alunos que tenham interesse em iniciar cursos presenciais ou EAD em faculdades privadas nos próximos 18 meses.

Entre os jovens que optam pelo ensino híbrido, 52% afirmam que a prioridade nas atividades em sala devem ser as aulas práticas e 38% responderam que todas as disciplinas deveriam participar do novo modelo. Levando em consideração quem se vacinou contra a covid-19, pelo menos com a primeira dose, 43% considera que todas as aulas podem ser escalonadas e 47% consideram que apenas as práticas devem fazer parte do cronograma. No grupo que ainda não foi imunizado, esses percentuais são de 34% e 56%, respectivamente.

Dificuldades
As instituições de ensino superior (IES) têm oferecido soluções para que os alunos continuem o curso de graduação. Segundo o levantamento, 76% dos estudantes receberam algum benefício para matrícula, como desconto por antecipação da semestralidade (49%), financiamento ou parcelamento (18%), seguro educacional (6%) e curso livre ou de curta duração (3%).

O diretor presidente da ABMES contou que a longo prazo, descontos e benefícios não funcionarão: “Precisamos evitar o que chamamos de apagão da mão de obra. Descontos minimizam, mas não resolvem o problema da educação a longo prazo”. Além disso, foi mencionado em coletiva que a reforma tributária está acabando com o Programa Universidade Para Todos (Prouni), porta de entrada em faculdades para alunos menos favorecidos.

Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2019, divulgados em outubro de 2020 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), o segmento privado é responsável por 94,9% da oferta de educação superior do país, considerando as modalidades presencial e EAD. Quanto às matrículas, as IES representam 75,8% em 2019, sendo 35% na modalidade a distância (EAD) e 65%, na presencial.


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