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Jovens estão prontos para investir na graduação e querem cursos inovadores e híbridos

23/11/2021 | Por: ABMES | 3352

Com o aumento no índice de jovens e adultos vacinados contra a Covid-19 e a confiança nas medidas sanitárias adotadas pelas instituições de ensino superior (IES), volta a crescer o interesse em investir na graduação. Para auxiliar as IES a se prepararem diante das diversas mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) realizou, nesta terça-feira (23), o seminário virtual “Educação Superior Pós-Pandemia: como se preparar para 2022”, em seu canal do YouTube.

O evento on-line apresentou os dados da pesquisa “Observatório da Educação Superior – 5ª edição: Perspectivas para 2022”, realizada pela empresa de pesquisa educacional Educa Insights em parceria com a Associação. Segundo o levantamento, 63% dos entrevistados declararam planejar o início da faculdade no primeiro semestre de 2022. Os futuros universitários entrevistados não querem mais adiar o investimento em suas graduações, por isso, o índice é 25 pontos percentuais maior que o registrado em novembro do ano passado, quando apenas 38% dos pesquisados tinha a intenção de se matricular para o semestre seguinte (Figura 1).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vale lembrar que em novembro de 2020, a vacinação havia sido anunciada para os meses seguintes e a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adiada para o final de janeiro. No cenário atual, quase 75% da população já foi imunizada com a primeira dose e mais de 61% com a segunda dose ou dose única. Além disso, a aplicação do Enem ocorre no cronograma habitual, com divulgação das notas prevista para início do próximo ano.

“A pesquisa identifica o crescimento da confiança dos estudantes em ingressar na graduação a partir de agora, que muitos foram vacinados e a pandemia mostra indícios de retração no Brasil. Também ficou bem claro que o futuro do ensino é híbrido e que as IES devem aproveitar a oportunidade de retomada das matrículas para oferecer aos alunos uma grade inovadora com conteúdos que seguem o modelo dos quadrantes híbridos”, avalia o diretor presidente da ABMES, Celso Niskier.

Entre os entrevistados que escolhem cursos na modalidade a distância, 67% querem começar imediatamente e 13%, na metade de 2022. Quando a preferência é um curso presencial, 63% devem ingressar no próximo semestre e 14%, no segundo semestre de 2022.

Para o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, essa é a oportunidade que as IES têm de oferecer bolsas e descontos mais atrativos do que os alunos encontram nos programas sociais do Governo Federal. “Desde 2015, o Governo Federal deixou de financiar 100% das mensalidades por meio do Financiamento Estudantil (Fies). Por isso, aos poucos, os estudantes foram percebendo que era mais vantajoso usar a nota do Enem para conseguir melhores condições diretamente com as IES ao invés de contrair um financiamento tendo que pagar parte da mensalidade imediatamente”, afirma Sólon, citando dados da pesquisa. “De acordo com o levantamento, apenas 10% dos entrevistados pretendem usar o resultado do exame para conseguir ingressar por meio dos programas governamentais. Em contrapartida, 79% têm a expectativa de ter sucesso com a negociação direta com a IES desejada”, explica.

Na análise do fundador e diretor da Educa Insights, Daniel Infante, os resultados validam o primeiro passo da retomada da intenção de matrícula, atitude esperada e acompanhada pela empresa de pesquisa desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020. “Esse é o primeiro passo e tem uma série de desdobramentos necessários para que a intenção se transforme em ingresso, como o momento da economia que impacta diretamente na renda das famílias”, explica. E alerta para importância das IES se prepararem para oferecer a melhor oportunidade para os futuros alunos. “É importante trabalhar em alternativas, como uso de descontos de forma inteligente; outras ferramentas de acesso, como o próprio financiamento, que são mais do que importantes para que essa intenção de fato se converta em matrícula. ”

Diante do aumento da procura, as IES se prepararam para oferecer soluções personalizadas às necessidades de cada aluno. Uma dessas iniciativas é o movimento “#EuSouOFuturo”, lançado na última semana, que reúne instituições associadas à ABMES e o Santander Universidades. Ao todo são mais de 5,2 mil unidades educacionais à disposição de milhares de alunos com propostas diferenciadas e inovadoras em cursos de graduação presenciais, híbridos e à distância nas mais diversas áreas do conhecimento.

Quadrantes híbridos
Para os alunos pesquisados, somente 45% da carga horária dos cursos deveriam ser dedicadas às aulas presenciais tradicionais. O restante deveria ser ministrado ou por aulas remotas (16%), ou por conteúdos digitais (16%) ou mesmo por trabalhos práticos em comunidades ou empresas (23%). Esses números refletem que o estudante quer o modelo híbrido, que combina duas ou mais formas de ensinar e aprender. “Existem diversos cenários possíveis para a educação híbrida, mas o conceito sugerido, de quadrantes híbridos, sintetiza a materialização do hibridismo nas salas de aula e auxilia as IES na construção de novos projetos pedagógicos que dialoguem com a nova realidade” explica Niskier.

O modelo de quadrantes híbridos considera dois eixos: espaço (presencial ou virtual) e tempo (síncrono ou assíncrono). Ambos resultam em quatro quadrantes de possibilidades didático-pedagógicas: atividades presenciais e síncronas (PS), atividades virtuais e síncronas (VS), atividades presenciais e assíncronas (PA) e atividades virtuais e assíncronas (VA). Sendo assim, só será considerado ensino híbrido se abordar dois ou mais quadrantes e em sintonia com o processo de formação acadêmica. A partir de cada um deles é possível planejar diversas atividades didático-pedagógicas que dialoguem com aquela realidade, como aulas expositivas (presenciais ou remotas), projetos científicos, laboratórios presenciais e virtuais, simulações e bibliotecas digitais.

Em um exemplo ilustrativo, um conteúdo de um curso de saúde pode ter coleta de dados e realização de exames na comunidade (quadrante presencial síncrono), análise dos exames em laboratório feita pelos alunos sob a tutela de um técnico (quadrante presencial assíncrono), uma aula online ao vivo com a apresentação dos resultados obtidos pelos alunos (quadrante virtual síncrono) e tarefas para o aluno elaborar relatórios e aprofundar no tema teórico (quadrante virtual assíncrono).

Sobre o novo modelo pedagógico, Infante pondera que há muito potencial, desde que o futuro universitário entenda bem cada quadrante. “O presencial mudou e quando perguntamos sobre os outros três pilares de forma que entendessem na prática como funcionam, percebemos que os entrevistados não desprezam nenhum formato. Pelo contrário, no formato ideal de um curso, temos um espaço de mais de 50% para trabalhar fora do modelo tradicional de aula expositiva em sala de aula ou em laboratório com o professor”, detalha.

Observatório da Educação Superior
O levantamento “Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021 – 5ª edição” foi realizado pela ABMES em parceria com a Educa Insights entre 14 e 16 de novembro, via internet. Foram consultados 1.043 homens e mulheres de 17 a 50 anos considerados potenciais alunos de cursos presenciais e à distância em instituições particulares de ensino superior, em todas as regiões brasileiras.

A quatro edições anteriores “Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021” foram divulgadas em fevereiro, abril, junho e agosto, quando foram consultadas pouco mais de 3,6 mil pessoas que desejam ingressar no ensino superior.

Confira a íntegra do seminário virtual aqui.


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Coordenação
Celso Niskier – Diretor presidente da ABMES

Participação
Daniel Infante – Sócio fundador Educa Insights
Sólon Caldas – Diretor executivo da ABMES
 

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