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‘Pernicioso para todo o sistema de educação’, diz diretor da ABMES sobre instituições clandestinas

07/03/2014 | Por: O Globo | 923

Como o senhor vê o fato de faculdades acusadas de esquemas irregulares estarem sendo fechadas?

Se é irregular, tem que fechar mesmo. É bom para todo o sistema de educação. Expurga as pessoas que estão clandestinamente, não se pode ter instituições funcionando irregularmente.

Já tinha ouvido falar sobre essa forma de obtenção de diplomas?

Não. Estou ouvindo pela primeira vez. É necessário cautela. A gente não vivenciou isso, para emitir um juízo de valor, mas, comprovado, esses alunos não podem ser diplomados. Eles não passaram pelos processos justos para a obtenção de um diploma.

Como casos como esse são vistos pelas entidades educacionais?

É pernicioso para todo o sistema. Sem uma oferta de ensino de qualidade, a mão de obra acaba deficiente no final. Para o mercado, é uma concorrência desleal que mancha a imagem daquelas que querem fazer direito.

Enquanto o MPF investiga essas faculdades sem credenciamento, o MEC fechou 17 universidades consideradas de baixa qualidade. Como o senhor vê esse processo?

São distintos. Acreditamos que o processo que o MEC está fazendo é equivocado. O próprio ministério afirma que avaliações devem ser feitas considerando aspectos regionais e, quando ele mesmo faz, os desconsidera.

Quais seriam os pontos de discordância da Abmes em relação à avaliação do MEC?

Os conceitos que eles adotam são provisórios. Possuem o Conceito Preliminar de Curso como base para montar o índice que define essas ações. Ou seja, estão trabalhando com um conceito preliminar, nem efetivo é. Além disso, a maior parte da nota vem de um exame, o Enade, feito pelos universitários em um domingo de tarde, sem que eles tenham nenhuma responsabilidade sobre o exame. Só precisam fazê-lo.