O Seminário Competências Profissionais Exigidas nos Projetos de Curso e no Enade: como avaliar a aprendizagem dos alunos? lotou o do auditório Victorio Lanza nesta terça-feira, 6 de novembro, em Brasília/DF. Mediada pelo presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Gabriel Mario Rodrigues, à mesa estavam presentes o presidente da Hoper Educação, Cosme Massi, e a professora titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Márcia Regina F. De Brito. A vice-presidente da ABMES, Carmen Luiza da Silva, também participou do encontro e intermediou as discussões.
"Como avaliar a aprendizagem dos alunos no Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes]? Aprendizagem é algo único e intransferível”, enfatiza Márcia Regina sobre um dos temas do seminário. Márcia ministrou a palestra Elaboração de provas e exames voltados para a mensuração de habilidades acadêmicas e competências profissionais. Ela explica que primeiramente a habilidade e a competência do estudante devem ser exploradas em sala de aula para, enfim, serem avaliadas. “O aluno deve ter domínio de aprendizagem e isso deve ser trabalhado para que ele tenha um bom resultado no exame”, pondera.
Planejamento
Márcia esclarece ainda que existem pelo menos três tipos de habilidades dos estudantes que devem ser avaliadas: a criativa, a prática e a analítica. A professora especificou que essas habilidades podem ser desenvolvidas através de atividades planejadas.
Cosme Massi, presidente da Hoper Educação, concorda que iniciar pelo projeto é fundamental. “Para a elaboração de uma aula, o professor precisa de planejamento. Precisa definir quais os objetivos daquela aula: o que ele quer que o aluno aprenda naquele momento. O nome disso é objetivo de aprendizagem”, complementa Cosme, que orienta: “comece pelas finalidades”.
Além do objetivo de aprendizagem, Massi pontua outras três metodologias que devem estar presentes na sala de aula: o instrumento de avaliação da aprendizagem alcançada, os objetos de aprendizagem (artigos, livros, filmes, documentários) e interação e compartilhamento na relação aluno/professor.
Formação de professores
Os palestrantes frisam que, no Brasil, os professores não são formados para dar aulas. “Nem mesmo em mestrados ou doutorados, os alunos recebem instruções de como montar aulas e avaliações. Aliás, nem em cursos de pedagogia o graduando tem disciplinas que ensinam isso”, relata Márcia, que diz ser “uma questão de política”.
O papel do Enade
“Para que serve o Enade”, indaga Cosme. “Nem os professores, nem os alunos sabem”, ele mesmo responde. Na opinião dos palestrantes, a diferença entre o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] e Enade está na recompensa. “O aluno vai para a prova do Enem pensando na oportunidade de entrar numa universidade. Já o candidato do Enade nem sabe para que está fazendo aquela prova”, avalia Márcia.
“No projeto inicial do Enade, em sua formulação, o objetivo não era que virasse um ranking que destorce as informações e só serve para vender jornal. Era para ser uma forma de a instituição avaliar o desempenho do aluno na chegada e na saída do curso”, desabafa Márcia Regina – profissional que participou da formulação do exame, há oito anos.
Para o presidente da ABMES, é preciso lidar com a realidade como ela se apresenta. “Infelizmente nós não podemos esperar termos todas as ferramentas adequadas para obtermos os melhores resultados”, ressalta o Gabriel Rodrigues. Ele frisa a importância de aproveitar oportunidades como os seminários da ABMES para que as instituições aprendam os melhores caminhos para trabalhar de modo a alcançar os objetivos desejados dentro dos critérios exigidos.
O material apresentado pelos palestrantes está disponível no Portal da ABMES. A íntegra das palestras poderá ser conferida em breve nos arquivos de áudio e de vídeo que também serão disponibilizados.



