Por: Lioudmila Batourina - consultora de parceria internacional da ABMES
Lançado em 17 de julho de 2019 pelo Ministério da Educação (MEC), o programa “Future-se” tem sido alvo de discussões dentro e fora da comunidade acadêmica. O objetivo da iniciativa é aumentar a autonomia administrativa das universidades federais, para isso, a ideia é estimular que as instituições captem recursos próprios, que auxiliem na sua manutenção.
A proposta do programa explica que ele é baseado em três eixos, “três baleias”, e uma delas é a internalização. Esse ponto é muito significativo pois, há alguns anos, a internalização era apenas um diferencial, agora passou a ser um dos três pilares do maior projeto do Ministério da Educação brasileiro. Esta é mais uma prova de que a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, com seu projeto ABMES Internacional, mantém sua posição de liderança e inovação, estando à frente de mudanças e demandas atuais.
Mas, quais são os focos do “Future-se” em termos de internacionalização? O principal objetivo é melhorar a posição do Brasil em rankings internacionais.
Alguns países em desenvolvimento colocaram esse objetivo entre os principais e alcançaram resultados significativos, especialmente no setor privado. É o caso das instituições chinesas, que estão alcançando cada vez mais posições melhores em rankings. Assim como as universidades russas, que por meio do programa “5/100” estão subindo diversos degraus rapidamente. Focar a estratégia em rankings significa também focar nos melhores exemplos.
O programa do Ministério da Educação pretende estimular também a pesquisa, que é estrategicamente importante para o setor privado, não só como um objetivo final, mas como um caminho a ser seguido. Não é suficiente ensinar habilidades, é hora de fazer os alunos pensarem, buscar soluções, desenvolver habilidades e flexibilidade para se adaptarem ao mundo que está mudando rapidamente. Juntamente com os objetivos gerais, a apresentação do “Future-se” desenhou uma espécie de roteiro para a internacionalização.
Há alguns passos específicos: firmar parcerias sólidas com universidades estrangeiras, ir de quantidade para qualidade, conquistar “universidades irmãs” e implementar intercâmbio de alunos e professores como rotina educativa.
Em abril deste ano (2019), durante a 31ª edição da conferência da Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai), a ABMES falou sobre alguns dos problemas que impedem o Brasil de se internalizar. Além do orçamento e da igualdade de oportunidades, debatemos sobre reconhecimento e validação de diplomas.
Visitar instituições estrangeiras e realizar intercâmbio não devem ser apenas uma ação de excursão ou incentivos, devem fazer parte do currículo. Isso não vai acontecer sem que os cursos em universidades estrangeiras sejam credenciados e reconhecidos e os diplomas sejam validados. Estamos felizes que o MEC finalmente começou a se preocupar com esse problema.
O setor de educação particular no Brasil é um dos líderes mundiais em ensino a distância e, indo além das plataformas, tem criado cursos internacionais que beneficiam as instituições e que podem ser oferecidos a parceiros.
O “Future-se” indica claramente diversas saídas para alguns dos problemas existentes para a internacionalização da educação superior brasileira, elas passam pelo desenvolvimento de linguagens, melhora na formação dos professores, até como alcançar resultados esportivos por meio da internacionalização.
Os cidadãos que pretendem contribuir para a construção do programa "Future-se" têm até as 23h59 do dia 15 de agosto para enviar as sugestões por meio da consulta pública aberta pelo Ministério da Educação, clique aqui para acessar.
Confira a íntegra da apresentação sobre o programa neste link.