O índice de estudantes de faculdades particulares que apontam risco de desistir do curso subiu de 36% para 42% em relação à pesquisa divulgada no mês passado.

O levantamento foi encomendado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior e contou com respostas de 644 alunos de graduação matriculados em curso presencial ou à distância.

Assim como nas etapas anteriores, a principal preocupação dos estudantes é com a manutenção do emprego e da renda deles ou dos responsáveis.

Quando perguntados sobre isso, 60% responderam que não tiveram impactos significativos, mas 22% informaram que já perderam o emprego.

Só 30% dos participantes disseram que conseguem pagar as mensalidades sem nenhum problema pelos próximos três meses. Eram 40% em maio.

O presidente da associação que representa as instituições de ensino, Celso Niskier, recomenda que as faculdades negociem individualmente com esses alunos:

"Isso já vem sendo feito e a pesquisa recente mostra que, com o aumento do nível de insegurança desses alunos, essa recomendação é mais forte. O grande desafio das instituições será a retenção dos seus alunos nesse período de incerteza devido à pandemia".

Apesar do aumento da inadimplência, Celso Niskier disse que não houve até agora o fechamento de cursos por causa da crise econômica:

"Mais de 80% das instituições de educação superior particulares fez a adaptação para aulas remotas e continuam, portanto, oferecendo o conteúdo das disciplinas na modalidade de aula remota, portanto não temos ainda esse indicador sobre dificuldades no que diz respeito às instituições de educação superior".

Entre os estudantes que enfrentam alguma dificuldade para pagar as mensalidades, 42% informaram ter recebido algum tipo de auxílio por parte da instituição de ensino para se manter no curso.

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