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ABMES promove seminário sobre qualidade nos cursos EAD

12/03/2024 | Por: ABMES | 1557

A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) realizou, nesta terça-feira (12), o seminário "Educação a Distância (EAD): Estratégias e Desafios para Garantir Qualidade", tanto em sua sede quanto pelo canal RedeABMES no YouTube. Sob a moderação do presidente da Associação, Celso Niskier, o evento reuniu especialistas e representantes do setor para discutir a busca pela qualidade na modalidade a distância.

Durante o encontro, enfatizou-se a importância de promover uma educação democrática por meio da EAD, proporcionando acessibilidade e inclusão a um público diversificado, que ultrapassa as barreiras geográficas e socioeconômicas. O debate girou em torno da eficácia do processo de aprendizado, destacando a necessidade de métodos pedagógicos inovadores e interativos, bem como a definição de normas e padrões para garantir a consistência e qualidade em todas as plataformas.

Em parceria com a Bett Brasil, o evento também serviu como uma prévia da Bett Brasil 2024, o maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação da América Latina, programado para ocorrer em São Paulo nos dias 23, 24, 25 e 26 de abril.

Dentre os participantes estavam Débora Guerra, vice-presidente da ABMES; Adriana Martinele, diretora de conteúdo da Bett Brasil; Ronaldo Mota, diretor-secretário da Academia Brasileira de Educação (ABE); João Mattar, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED); e Luiz Cláudio Costa, reitor do Centro Universitário IESB.

Durante o evento, Celso Niskier também anunciou o lançamento da publicação "Números do Ensino Superior Privado no Brasil 2024", destacando o crescimento contínuo da modalidade EAD. A publicação está disponível gratuitamente.

Adriana Martinele, da Bett Brasil, ressaltou a importância de trazer o ensino superior para o debate sobre inovação e tecnologia na educação. "Tradicionalmente estivemos associados à educação básica privada no Brasil e mais recentemente estamos trazendo o ensino superior para o debate", pontuou Martinele.

Em sua fala, o professor João Mattar destacou que na literatura mundial a EAD é vista como inclusiva e potencialmente excludente, ressaltando a importância de pensar nesse ponto. “Nós estamos vivendo um momento de muita crítica à qualidade da educação a distância. Essas críticas vêm associadas ao preconceito e discriminação”. Para ele, o problema é que a crítica vem associada à baixa qualidade. “Não aceitamos que a EAD tenha uma qualidade inferior e que seja avaliada de forma distinta da modalidade presencial”. Mattar falou ainda sobre a resolução da aprendizagem híbrida que não foi assinada e que discute o ensino híbrido do ponto de vista metodológico, como aconteceu na pandemia. “Nós temos defendido na ABED a necessidade de abrir uma modalidade híbrida e não apenas a metodologia híbrida e sair da discussão de EAD e presencial, apenas", finalizou.

Na visão do professor Ronaldo Mota, a educação que funciona é aquela que engaja o aluno. “Os números mostram como a EAD tem crescido em relação ao presencial” – isso é um ponto. Ele destacou ainda em sua fala o pensamento da metacognição. “Não há o que temer à inteligência artificial se nos adaptarmos e estimularmos a percepção crítica dos alunos".

Por sua vez, o professor Luiz Cláudio Costa abriu sua fala afirmando que a educação a distância está em pleno crescimento no Brasil e no mundo. Contudo, o ceticismo com a modalidade por parte de uma parcela da academia, gestores e sociedade ainda persiste. Segundo ele, o crescimento da oferta de educação a distância de baixo custo leva ao questionamento de sua qualidade.

“Apesar do avanço da tecnologia, a qualidade da educação a distância permanece sob suspeita”. Para ele, são necessárias ações a serem realizadas, como: tornar a educação a distância mais visível e aumentar a reputação da modalidade, além de fazer uma distinção clara entre EAD de alta qualidade e a de baixa qualidade, trazendo indicadores. “O Brasil não pode cometer erros ao fazer análise de qualidade de forma distinta, com recorte por modalidade ou priorizar a regulação e supervisão sobre a qualidade", destacou.

Celso Niskier encerrou o seminário agradecendo a participação da mesa, parabenizando as mulheres pelo seu dia, celebrado na semana passada e pontuando o consenso de todos pela EAD de qualidade. “Proibir é a última alternativa, devemos buscar a inovação e indução da qualidade. O que nós estamos falando é de aprendizagem e tecnologia que possa engajar o aluno para materializar a nossa missão, que é o sucesso do estudante que chega ao fim do curso”, concluiu.

O evento representou um importante passo na discussão sobre a qualidade da educação a distância no Brasil, evidenciando a necessidade de contínuo aprimoramento e inovação na modalidade.