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Educação a distância cresce e novas modalidades são oferecidas no estado

22/03/2019 | Por: Diário de Pernambuco | 6491
Foto: Divulgação/ Diário de Pernambuco

A educação a distância cresce em ritmo mais acelerado que o ensino presencial e já é opção para quase metade das pessoas que buscam uma graduação. Uma pesquisa divulgada em 2018 pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) - que representa grande parte das instituições de ensino superior particular do país - mostra que 44% dos entrevistados optariam por essa modalidade, enquanto 56% dizem que preferem o ensino presencial. Nesse ritmo de crescimento, o Brasil terá mais alunos estudando a distância que nas salas de aula tradicionais, em 2023.

Em Pernambuco, a modalidade de ensino é adotado pela maioria das instituições de ensino superior, incluindo a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Entre os cursos de graduação oferecidos a distância pela principal universidade do estado estão bacharelado em ciências contábeis; licenciatura em geografia; licenciatura em letras - língua espanhola; licenciatura em letras - língua portuguesa e licenciatura em matemática. 

Já a Universidade de Pernambuco (UPE) oferece cinco cursos: pedagogia; bacharelado em administração pública; licenciatura em letras; licenciatura em ciências biológicas e licenciatura em história. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por sua vez, oferece os cursos de bacharelado em administração pública; bacharelado em sistemas da informação; licenciatura em artes visuais com ênfase em digitais; licenciatura em computação; licenciatura em física; licenciatura em história; licenciatura interdisciplinar em ciências naturais; licenciatura em letras e licenciatura em pedagogia nessa modalidade.

A tendência é ainda maior entre as instituições privadas de ensino que atuam no estado. A Estácio, por exemplo, conta hoje com mais de 200 mil alunos no ensino a distância, dos cerca de 531 mil matriculados, de acordo com números registrados no balanço do terceiro trimestre de 2018. Em Pernambuco são 23 polos de ensino a distância, contando com cidades do interior como Belo Jardim, Caruaru e Garanhuns. "Atualmente, conseguimos oferecer aulas 100% digitais com realização de atividades práticas laboratoriais presenciais. O diploma é o mesmo da graduação presencial, mas o valor da mensalidade é mais acessível", pontua o gestor da campus San Martin do Centro Universitário Estácio Recife, Victor Alves. 

Aceitação
O levantamento da ABMES mostrou ainda que, se informados de que os cursos a distância podem ter etapas presenciais, a aceitação aumenta para 93% dos estudantes pesquisados. Para os 7% restantes, ainda há um desconforto em ter a maior parte das aulas pela internet. Outro ponto destacado por esses alunos que não optariam pela EaD é a percepção de que o mercado de trabalho ainda não valoriza adequadamente a qualidade desses cursos.

A pesquisa Um ano do Decreto EAD - O impacto da educação a distância foi feita pela ABMES em conjunto com a empresa de pesquisas educacionais Educa Insights. Ao todo, foram entrevistados 1.012 homens e mulheres de 18 a 50 anos, sendo 256 alunos e 756 potenciais candidatos a educação superior em março deste ano.

O estudo mostrou ainda que aqueles que escolhem a educação presencial exclusivamente são mais jovens - 53% têm até 30 anos -; 76% trabalham; 33% são da classe social A ou B; 64% estudaram em escolas públicas e 36% em particulares. Entre aqueles que preferem a EaD, 67% têm mais de 30 anos, 83% trabalham; 25% são das classes sociais A ou B, 75% estudaram em escolas públicas e 25% em particulares.

Aulas práticas presenciais
Atualmente, um curso EaD pode ter até 30% das aulas presenciais. Quando perguntados se cursariam um curso EaD com as aulas práticas presenciais, a maior parte, 93% disse que sim. Entre os 7% que disseram não, 62% acreditam que a qualidade dessa modalidade não é bem avaliada no mercado de trabalho. Eles apontaram também desconforto em ter a maior parte das aulas pela internet: 62% dos estudantes e potenciais alunos dizem que acreditam que as instituições de ensino EaD não oferecem suporte para tirar dúvida na hora e 37% dizem que têm dificuldade com sistema de aula online.

Dados da Educação a Distância
De acordo com o MEC, a média de idade de alunos de educação a distância é de 31 anos a 40 anos

De 2006 a 2016, as matrículas em cursos universitários na modalidade a distância cresceram 297,3%, atingindo

Estudo da ABMES prevê que, em 2023, serão mais de 2 milhões de matrículas em EAD, o que vai representar 51% dos alunos da educação superior no Brasil

Não há número oficial do tíquete médio, mas a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) estima que a mensalidade de curso a distância é cerca de 20% mais barata

3% das vídeo-aulas dos cursos são assistidas na televisão de casa

56% são vistas no smartphone

Ranking dos cursos em EAD:
1 – administração
2 – pedagogia
3 – gestão em recursos humanos

Curiosidade:
Duas personalidades famosas mundialmente fizeram cursos a distância:
1 – Mahatma Gandhi
2 – Nelson Mandela


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DECRETO Nº 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017

Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.


REPUBLICADO DECRETO Nº 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017

Republicação do art. 9º do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, por ter constado incorreção, quanto ao original, na Edição do Diário Oficial da União de 26 de maio de 2017, Seção 1.


INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 15 DE JULHO DE 2013

Estabelece procedimentos para apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução e supervisão de celebração de termo de compromisso a ser firmado entre o Ministério da Educação e as entidades beneficentes de assistência social da área de educação que tiverem seus pedidos de renovação e ou concessão de certificados indeferidos unicamente por não terem cumprido o percentual de gratuidade estabelecido no caput do art. 13 da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, conforme art.24 da Lei 12.688/2012, que alterou o art. 17 da Lei 12.101/2009.


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