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EAD passará o ensino presencial em 5 anos

23/05/2018 | Por: DCI | 5603

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) aponta que, mantido o ritmo atual de ingressantes no Ensino a Distância (EaD), a modalidade superará o formato tradicional em cinco anos. O movimento, no entanto, depende da melhor percepção do aluno sobre a qualidade do ensino dado pela internet.

O levantamento foi divulgado ontem, data em que foi comemorado um ano do Decreto nº 9.057/2017, que estabeleceu o novo marco regulatório da educação a distância. Segundo o diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, o resultado aponta para um cenário bastante otimista. “Este primeiro levantamento é um importante passo no sentido de aferir como está o processo de desenvolvimento da educação superior no Brasil. O que pudemos observar foi que a resistência ao EaD praticamente se desfaz quando o aluno sabe que a parte prática do curso é oferecida de modo presencial.”

O executivo, que também é fundador Faculdade Maurício de Nassau, faz menção à percepção de parte da população que ainda tem resistência sobre a modalidade de ensino. Segundo o estudo, 62% dos entrevistados acreditam que o EaD não é bem avaliada no mercado de trabalho e 56% dizem preferir presencial.

A pesquisa mostra ainda desconforto por parte dos alunos com a ideia de ter apenas aula virtual: 62% dizem acreditar que o EaD não oferece suporte para tirar dúvida na hora e 37% têm dificuldade com sistema de aula online.

Na contra partida, a pesquisa identificou que quando os entrevistados são informados de que o curso oferece toda a parte prática presencialmente, a resistência a fazer educação à distância cai bastante, já que 93% dos participantes ingressariam nessa modalidade se a parte prática fosse ministrada presencialmente. “Isso demonstra que boa parte da resistência que ainda notamos em relação à EAD se dá por falta de informação sobre as características da modalidade”, observa Diniz.

Entre os alunos que fariam EaD predomina o público de maior faixa (38% possui de 31 a 40 anos de idade, e 29% está acima dos 40 anos); a maioria são de classe C (58%) e provenientes de escola pública (75%). Também é predominante a parcela de pessoas que trabalham (83%) e que são casadas (62%). Outro aspecto que chama a atenção é que apenas 23% prestaram a última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

De acordo com o Censo da Educação Superior, a diferença entre o número de matrículas em cursos presenciais e EAD tem caído a cada ano, passando, respectivamente, de 80% contra 20%, em 2010, para 67% contra 33% em 2016.


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Descrição:

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DECRETO Nº 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017

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Republicação do art. 9º do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, por ter constado incorreção, quanto ao original, na Edição do Diário Oficial da União de 26 de maio de 2017, Seção 1.


DECRETO Nº 6.303, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007

Altera dispositivos dos Decretos n.ºs 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal de ensino.
(Diário Oficial, Brasília, 13-12-2007 – Seção1, p.4/5.)


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