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Cresce interesse em ingressar na faculdade em 2022, diz pesquisa da Abmes

23/11/2021 | Por: Valor Econômico | 5510

Com o aumento da vacinação, a demanda pelo ensino superior volta a crescer. Pesquisa realizada com 1 mil potenciais alunos de instituições de ensino particulares mostra que 63% pretendem ingressar na faculdade no começo do próximo ano. Esse índice é 25 pontos percentuais superior ao registrado um ano atrás, quando ainda não havia campanha de imunização no país e apenas 38% tinham intenção de se matricular no começo de 2021. O estudo foi produzido pela consultoria Educa Insights em parcerias com a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).

O levantamento, realizado neste mês, mostra ainda que entre os entrevistados que escolhem cursos na modalidade a distância, 67% querem iniciar os estudos no começo de 2022 e 13%, na metade do próximo ano. Quando a preferência é um curso presencial, 63% devem ingressar no próximo semestre e 14%, no segundo semestre de 2022.

“A pesquisa identifica o crescimento da confiança dos estudantes em ingressar na graduação a partir de agora, visto que muitos foram vacinados e a pandemia mostra indícios de retração no Brasil”, disse Celso Niskier, presidente da Abmes.

Segundo Daniel Infante, fundador e diretor da Educa Insights, os resultados da pesquisa validam o primeiro passo da retomada da intenção de matrícula. “Esse é o primeiro passo e tem uma série de desdobramentos necessários para que a intenção se transforme em ingresso, como o momento da economia que impacta diretamente na renda das famílias”, disse Infante.

As companhias de capital aberto — Ânima, Cruzeiro do Sul, Kroton, Ser Educacional e Yduqs — registraram já no vestibular da metade deste ano aumento no volume de novas matrículas de cursos presenciais, um desempenho que não era percebido há vários trimestres devido à pandemia da covid-19 e redução do Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal que vem reduzindo de tamanho gradativamente desde 2015.

Niskier destaca que, praticamente após dois anos letivos com aulas remotas devido ao isolamento social, o modelo predominante será o híbrido.

“Ficou bem claro que o futuro do ensino é híbrido e que as instituições de ensino superior devem aproveitar a oportunidade de retomada das matrículas para oferecer aos alunos uma grade inovadora com conteúdo que seguem o modelo dos quadrantes híbridos”, disse.

Os quadrantes híbridos, do qual Niskier se refere, é um conjunto de quatro modelos pedagógicos que foram apresentados, recentemente, pela Abmes para o Conselho Nacional de Educação (CNE) para que as faculdades possam implementá-las.

A ideia é que a instituição tenha liberdade para escolher uma dessas quatro opções de aprendizagem: presencial síncrona (aulas e atividades práticas realizadas presencialmente com todos os alunos juntos), presencial assíncrona (atividades práticas presenciais, sendo que os alunos podem realizá-las em momentos distintos), virtual síncrona (aulas e atividades on-line ministradas em tempo real) e virtual assíncrona (aulas gravadas e outras atividades virtuais).

Em relação ao Enem, o levantamento mostra que apenas 10% pretendem usar a nota do exame para se candidatar a uma bolsa do ProUni. Em contrapartida, 79% têm a expectativa de conseguir o melhor desconto ou bolsa possível direto com a instituição de ensino.


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Coordenação
Celso Niskier – Diretor presidente da ABMES

Participação
Daniel Infante – Sócio fundador Educa Insights
Sólon Caldas – Diretor executivo da ABMES
 

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