Paixão pela ciência e pela tecnologia estimulam projetos de universidades israelenses

A relevância da integração entre o ensino superior e a educação básica para a formação de professores apaixonados por educar e de crianças encantadas com o universo do conhecimento foi tema recorrente no segundo dia de visitas (15/10) da 2ª Delegação ABMES Internacional – Israel Experience a instituições de educação superior israelenses.

No Weizmann Institute of Science o grupo teve a oportunidade de conhecer metodologias e estratégias adotadas pela instituição para a formação de professores capazes de transportar a ciência de um universo intangível para algo concreto e atraente para adolescentes. Além disso, o instituto também possui um centro de educação científica voltado para estudantes do ensino médio que escolhem estudar física.

A iniciativa parte de pressupostos como o de que é nessa etapa da vida que a pessoa opta por estudar ciência e de que é preciso aumentar o número de estudantes com pouca representatividade nesta área, como meninas. “A física é muito difícil, então, as crianças precisam ser estimuladas”, explicou o professor Ronen Mir, diretor do Schwartz/Reisman Science Education Center.

A paixão do Weizmann pela ciência e pela pesquisa é algo que fica evidente para quem visita a instituição. “O que eu percebi é que eles querem envolver as pessoas na pesquisa, na investigação. Quanto mais apaixonadas as pessoas estiverem pela pesquisa e pela investigação, mais o país terá mestres, doutores, pós-doutores e pesquisadores para disseminar o conhecimento”, pontua a vice-presidente da ABMES Débora Guerra.

Outro ponto que chamou a atenção da delegação durante a visita foi a sustentabilidade financeira da instituição, que possui quatro fontes de recursos: governo; doações de pessoas físicas e jurídicas; recursos provenientes da Fundação Israelense de Ciência e a transferência de tecnologia. Esta consiste na principal fonte de recursos e é alimentada por grandes indústrias farmacêuticas, de tecnologia e de engenharia, por exemplo.

Parceria ABMES-Weizmann

Durante a visita foi assinado um memorando de entendimento entre a ABMES e o Weizmann Institute of Science. O termo, primeiro estabelecido entre o instituto e uma associação estrangeira, possibilita que instituições de educação superior brasileiras, associadas à ABMES, desenvolvam iniciativas em parceria com o Weizmann focadas no treinamento de professores para o ensino de ciências, de modo que o conteúdo seja atraente para crianças e adolescentes.

Todos os programas da instituição são conduzidos em inglês, o que facilita o acesso e atrai estudantes estrangeiros. “Se vocês tiverem estudantes brilhantes que não têm medo de desafios e querem fazer ciência, eles serão muito bem-vindos ao Weizmann Institute of Science”, destacou o professor Ronen Mir.

Tecnologia e responsabilidade social

Na Ben-Gurion University of the Negev (BGU), outra instituição visitada pela delegação da ABMES, a integração entre o ensino superior e a educação básica se dá por meio de atividades comunitárias voluntárias que devem ser realizadas por alunos que recebem bolsas de estudo. Por exemplo, eles dão aulas de reforço e leem histórias para crianças.

Ao mesmo tempo em que possui forte vocação para a integração com a comunidade, são 6 mil alunos envolvidos em diversos projetos sociais, a BGU se destaca enquanto “base central” para a indústria cibernética de Israel. Isso porque ela possui um amplo ecossistema que apoia pesquisas acadêmicas e empreendimentos comerciais privados relacionados à segurança nacional, segurança sanitária, segurança de dados e outros. Além disso, a universidade é responsável pela formação de 1 em cada3 engenheiros israelenses.

Tamanho investimento em tecnologia de ponta resulta no desenvolvimento de inúmeros projetos inovadores. “A Universidade de Ben-Gurion me surpreendeu com suas vinte mil patentes. Temos que avançar muito com isso no Brasil”, avaliou Cida Enes, da Faculdade Cuiabá e participante da 2ª Delegação ABMES Internacional.

O grupo foi recebido pela professora Limor Aharonson-Daniel, vice-reitora para Assuntos Acadêmicos Internacionais, que apresentou a universidade e a forma como ela se integra ao estilo de vida e à cultura da região onde está localiza, na cidade de Beer-Sheva.

Durante a visita também foi possível saber mais sobre como funciona o departamento responsável pelos projetos comunitários, apresentado por sua diretora Vered Sarousi-Katz, e sobre o Centro de Ciências Jusidman para a Juventude, dirigido por Tziona Elkayam, premiado programa que conecta os jovens às ciências exatas a fim de estimular o pensamento crítico e inovador, visando formar os cientistas de amanhã.

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